Médicos do bem: Uma rede solidária que deu certo
Por Izabel Vitusso
Desenvolvido em Juiz de Fora, MG, há três anos, o projeto Médicos do Bem vem chamando a atenção da cidade e região pela maneira criativa e eficiente de oferecer atendimento médico integral a pessoas que não têm acesso a tratamentos médicos.
A ideia surgiu na Comunidade Espírita A Casa do Caminho, fundada na cidade há 46 anos. Envolvida com o trabalho de assistência social há mais de 70 anos, a fundadora, Isabel Salomão Campos, certa vez se perguntou: “Por que tantos profissionais da área médica à minha volta e por que tantos doentes procurando socorro?”
A resposta veio pela Espiritualidade, como um empurrão para a nova tarefa: “Ajudem os médicos para que eles possam ajudar outras pessoas”.
Iniciado há três anos, o Médicos do Bem já conta com uma rede de solidariedade de 130 profissionais da área da saúde: médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros, farmacêuticos e educadores físicos e também diversas instituições parceiras.
A triagem de quem necessita se consultar começa no sítio Recanto do Caminho, ligado à instituição. De acordo com o caso, os pacientes são encaminhados para os especialistas da rede e recebem atendimento gratuito e continuam recebendo acompanhamento no Recanto até o final do seu tratamento.
O coordenador do projeto, anestesiologista e clínico da dor, dr. Marcos Mendonça, explica que além das consultas, dos exames, das cirurgias, existe entre médico e paciente um diálogo, com abordagens sobre a realidade do espírito, a influência dos pensamentos, das emoções, e a importância de sua participação na recuperação.
“Este trabalho também traz um outro paradigma. Vários colegas se interessam pelo projeto porque estão percebendo que, a partir do momento em que participam, dizem se sentirem mais aliviados, tranquilos, mais serenados” – analisa dr. Mendonça.
É uma honra fazer parte deste projeto – avalia o médico ginecologista e obstetra dr. Didier Castellano. “É uma oportunidade única de podermos doar os nossos talentos, os nossos recursos, o nosso tempo para o nosso próximo. Isso é caridade!”
Dr. Mendonça diz que os resultados não poderiam ser melhores. “Pela primeira vez, como médico, percebo uma ação mais profunda na terapêutica médica. Porque a partir do momento que você considera o ser humano não só como corpo, mas como um ser que pensa, que sente, que tem sua dificuldades emocionais, uma história de vida, tudo isso deve ser colocado na conta do diagnóstico” – explica o médico.
Lembra o coordenador que é preciso que o médico amplie o seu horizonte de entendimento para que possa atingir camadas mais profundas do ser e a sua ação seja mais efetiva com resultados mais duradouros e profícuos.
“O resultado do reparo nesse tipo de trabalho é de uma medicina mais integral, serena, mais profunda, mais amiga, ensinando o doente a ser uma pessoa melhor, e a entender que ele faz parte desse processo de melhoria. Não é necessário só o remédio dado pelo médico, mas a ação do doente no dia a dia. A vigilância na forma de pensar, de agir, de se relacionar” – analisa dr. Mendonça.
O projeto Médicos do Bem está entre os 11 finalistas para concorrer ao Prêmio Euro de Inovação na Ciência, que tem foco na inovação médica. Ao todo, foram mais de 1.600 trabalhos inscritos. A iniciativa já se encontra na fase final de votações, abertas somente para a comunidade médica, quando serão escolhidas as criações mais inovadoras e de maior impacto social para o Brasil. Para participar da votação, clique aqui agora: www.medicosdobem.ong
Agora é torcer para que cada vez mais ideias transformadoras, que impulsionem o homem para o seu verdadeiro bem, encontrem condições de se tornarem realidade.
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