Sintonia e frequência
Por Umberto Fabbri*
A doutrina espírita se mostra cada vez mais atual e revolucionária, apesar da data de sua codificação; ela não se torna obsoleta, ao contrário. Cada vez que a estudamos podemos observar que suas revelações aos poucos encontram comprovações científicas irrefutáveis, algo perfeitamente justificado, uma vez que a recebemos das grandes inteligências da dimensão espiritual.
A profundidade de seu conteúdo vai emergindo na medida em que conseguimos aprofundar nossas pesquisas e métodos investigativos.
Trouxemos hoje uma questão que parece simplória em um primeiro momento mas, quando aplicada ao que hoje já entendemos e vivemos, se mostra grandiosa em suas aplicações e consequências.
Na questão 285 de O livro dos médiuns, Kardec comenta sobre a telegrafia humana, a comunicação à distância entre duas pessoas vivas, que se evocam reciprocamente, que entram, por vontade própria, em sintonia mental, conectando-se. Nos diz ainda que esta será a comunicação do futuro, universal de correspondência, podemos pelo pensamento nos ligar a qualquer pessoa no Universo! Isto não é pouca coisa, demonstrando o poder que um pensamento possui, quando bem treinado, focado e, claro, elevado.
Fazendo pontes pelo pensamento
Visualizando o cenário mundial, inclusive na pandemia, fomos chamados a desenvolver este potencial na raça, por necessidade. Estando longe de nossos afetos, encontramos no pensamento um modo de proximidade.
Evidentemente, a tecnologia nos auxiliou, possibilitando a comunicação, pois pudemos nos ver, conversar, mas a troca emocional que se efetua não caminha pela fibra ótica, tampouco é transmitida por satélites. A emoção, o afeto, o sentimento que trocamos, bom ou ruim, caminha por onde? Já se perguntaram? De que forma somos atingidos, impactados pelo ódio, ou somos agraciados pela troca sincera de afeto? Exatamente pelo pensamento. Entrando na mesma frequência nos sintonizamos, trocamos as energias que nos alimentam ou destroem, dependendo dos nossos objetivos, ideais, ou ainda de nossa falta de conhecimento ou displicência.
Além da possibilidade da comunicação, somos ainda defrontados a cada dia com a influência programada e cada vez mais desenvolvida para motivar o consumo ou deter nossa atenção em redes sociais, por exemplo, visando fins diversos. E os amigos poderão perguntar: qual a relação disto com a pergunta 285 de O livro dos médiuns?
É justamente a sintonia mental, a troca que se efetua com outras mentes, que não vemos e percebemos, mas com as quais nos unimos pelo pensamento, vibração, nos retroalimentando das mesmas energias de nossos interesses, algumas saudáveis, boas, outras negativas, viciosas e manipuladoras.
Como espíritas que somos, sabemos que a linguagem dos espíritos é o pensamento, e a ligação que se dá também com os desencarnados.
Vigilância e oração
O pensamento é um recurso valioso, mas que precisa, conforme nos ensina Jesus, de vigilância e oração. Vigilância para o cuidado, e justo direcionamento, e oração para manter a frequência salutar e renovadora com as mentes amorosas e boas que nos auxiliam e aconselham, consolam, inspiram.
Esta capacidade de comunicação mental nos atinge muito mais do que imaginamos em nosso dia a dia, podendo ser motivo de grandes realizações evolutivas ou nos deter e atrasar nosso crescimento espiritual.
Refletir, analisar e comandar os pensamentos é receita de saúde e bem-estar. Conforme nos diz Emmanuel no livro Fonte viva, habitamos nossa casa mental, vivendo a cada dia as consequências vibratórias das nossas certezas, crenças, convicções e escolhas e, podemos acrescentar, que nos ligando a outras mentes, esta casa mental recebe as visitas de acordo com nossos interesses e objetivos.
Tomemos o cuidado para sempre tentarmos a sintonia com o mais Alto, com o Bem, e o Amor, pois só assim nossas mentes estarão unidas com a mente criadora de Deus.
*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.