As dificuldades do dia a dia

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Por Ógui Lourenço Mauri*

Para todos nós, seres humanos e imperfeitos do planeta Terra, a vida é um suceder de intensos desafios e de dificuldades de toda ordem. Mas, por outro lado, é sempre num desses momentos de safanões do cotidiano que temos as melhores oportunidades de crescer moral e espiritualmente, a par de alcançar a reabilitação de erros cometidos nesta e noutras existências.

Estamos num mundo de provas e expiações por conta de ajustes e reajustes decorrentes de nossos excessos e de nossas omissões do pretérito. Além disso, nunca é demais atentar para o detalhe de que as pedras do caminho de agora foram escolhidas por nosso próprio espírito ainda na erraticidade, então na antessala da atual reencarnação, como forma de recuperação do “tempo perdido” em anteriores passagens físicas mal aproveitadas.

É estrabismo puro enxergar como “dificuldades” esses desafios da estrada da vida, posto que eles nada mais são do que molas propulsoras de nosso avanço espiritual, proporcionadas pela Justiça Divina, que dá oportunidade a todas as criaturas, a ponto de todas elas, bem mais à frente – cada qual a seu devido tempo – alcançarem a perfeição, no estágio da felicidade, na vida espiritual; a vida verdadeira, da imortalidade da alma.

Todas essas dificuldades são propostas que precisam ser encaradas como desafios para nosso crescimento espiritual. Ao invés de maldizer a sorte, precisamos agradecer a Providência Divina por todas as oportunidades do dia a dia. E temos que nos desdobrar para aproveitá-las bem e, com isso, não corrermos o risco de a atual passagem pelo mundo físico resultar numa etapa terrena perdida. Os obstáculos de agora se caracterizam como lições vivas e caminhos de aprendizado; são, antes de tudo, ferramentas para nossa transformação.

A dor, as deficiências de toda ordem, a ingratidão sofrida, a agrura financeira, o desenlace amoroso, o abandono; todas essas dificuldades de hoje decorrem das más escolhas que fizemos no passado ao usar nosso livre-arbítrio. Estamos aqui e agora para reparar essas más condutas; daí todo este sacrifício dos dias presentes.

Não é difícil entender que, na atual existência, Deus nos dá a oportunidade do retorno ao melhor caminho. Cabe-nos aproveitar o ensejo fazendo nossa parte. Em termos práticos, toda reencarnação se presta também a reconquistas. Que as consigamos colocando o amor à frente de nossa conduta como um todo, que o espaço usado para reclamações da vida seja ocupado pelo amor. Este, por si só, já traz a compreensão das dificuldades. O amor se enquadra e está à frente de tudo. Até porque, com o amor na posição de vanguarda, todas as dificuldades passam.

Quando colocamos o amor em primeiro lugar, exercemos o “amor à causa” e é sabido que “amor à causa” não comporta reclamar da vida e tampouco maldizer da sorte. Assim, não há “dificuldades” para quem tem o amor como escudo.

Dificuldades? “Elas passam... Tudo passa, exceto Deus!”, disse Chico Xavier.

*Funcionário aposentado do Banco do Brasil. Trabalhador do Centro Espírita Bezerra de Menezes, de Catanduva SP.


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