Interferência dos espíritos nas descobertas
Por que os espíritos não trazem revelações para ajudar o homem em novas descobertas? - Nilvana Souza, Ribeirão das Neves, MG
O espiritismo explica que a ciência só deve ser adquirida pelo trabalho, porque é somente por ele que o homem avança no seu caminho, desafia-se e adquire conhecimentos, para que o mérito seja seu em qualquer conquista.
Acontece o mesmo no que se refere às invenções e às descobertas. Os espíritos explicaram a Kardec que “cada coisa deve vir no seu tempo e quando as ideias gerais estão maduras para a receber”. E ainda acrescentam que “se o homem tivesse esse poder, subverteria a ordem das coisas, fazendo os frutos nascerem antes do tempo”.
O homem tem de progredir em tudo pelo esforço no trabalho. Se as coisas fossem dadas a ele inteiramente feitas, ele não se serviria de sua inteligência e seria como um estudante cujas tarefas fossem feitas por outro. Não haveria aprendizado.
A assistência que nunca falta
Isso não significa que o sábio e o inventor nunca sejam assistidos pelos espíritos nas suas pesquisas. Quando chega o tempo de uma descoberta, os espíritos incumbidos procuram o homem capaz de a levar a bom termo. Inspiram-lhe as ideias necessárias, com o cuidado de lhe deixar todo o mérito, porque ele terá de elaborar essas ideias e colocar em execução. “Assim acontece com todos os grandes trabalhos da inteligência humana. Os espíritos respeitam cada homem na sua esfera (...), saberão tirar da obscuridade o homem capaz de realizar seus desígnios”, destaca o espiritismo.
Por isso também é que os espíritos aconselham que não nos deixemos arrastar pela curiosidade ou pela ambição para não cairmos nas mistificações.
Facilidades pedidas aos espíritos
Kardec observou no século 19 que o conhecimento mais preciso do espiritismo havia acalmado a “febre das descobertas”, pois, no princípio, muitos se vangloriavam de fazer por seu intermédio. “Chegaram mesmo a pedir aos espíritos receitas para tingir e fazer nascer cabelos, para curar calos, etc.” Ele conta também que viu muitas pessoas que acreditavam já ter feito fortuna só colherem resultados ridículos. “Acontece o mesmo quando se deseja penetrar o mistério da origem das coisas com a ajuda dos espíritos. Certos espíritos têm seus sistemas a respeito, que não valem mais do que os dos homens e que convém receber com a maior reserva”, advertiu.
Como explica O livro dos médiuns, “o objetivo das manifestações dos espíritos é convencer os incrédulos de que tudo não termina para o homem com a vida terrestre e de dar aos crentes ideias mais justas sobre o futuro. Os bons espíritos vêm nos instruir tendo em vista o nosso melhoramento e o nosso adiantamento e não para nos revelar o que não devemos ainda saber, ou o que não devemos aprender senão pelo nosso trabalho. Se bastasse interrogar os espíritos, para se obter a solução de todas as dificuldades científicas, ou para fazer descobertas e invenções lucrativas, todo ignorante poderia tornar-se sábio facilmente e todo preguiçoso poderia se enriquecer sem esforço”.
Inspiração oculta
Segundo os esclarecimentos da doutrina espírita, “os espíritos ajudam o homem de gênio pela inspiração oculta, mas não o isentam do trabalho das pesquisas, a fim de deixar-lhe o mérito”.
Outro ponto importante que o espiritismo ensina é que os espíritos sérios recusam a se ocupar de coisas fúteis; os espíritos levianos e zombeteiros se ocupam de tudo, respondem a tudo, predizem tudo o que se quer, sem se preocuparem com a verdade.
Bibliografia:
Allan Kardec, O livro dos médiuns, cap. 26, item 294.
Allan Kardec, O que é o espiritismo, cap. 2, item 50.
O sonho de Einstein e o princípio da relatividade
Albert Einstein (1879-1955) sonhou que descia um morro repleto de neve em um trenó e atingia a velocidade da luz, fazendo com que todas as cores se unissem em uma só. Seu interesse pela velocidade da luz, dizem, teria começado ali.
Há outros relatos ligando descobertas do físico alemão a sonhos. Einstein habilmente os lembrava e interpretava cada cenas com grande perspicácia, como quando sonhou que estava em uma fazenda cheia de vacas. “O fazendeiro, que estava do lado de lá de uma dessas cercas elétricas, ligou a corrente, fazendo com que as vacas pulassem todas de uma vez. Mas esse foi o ponto de vista de Einstein. Para o fazendeiro, elas pularam uma de cada vez, como uma espécie de ‘ola’. Ao acordar, ele entendeu que naquele sonho estava o princípio da relatividade”.
A descoberta da tabela periódica
Dmitri Mendeleev (1834-1907) era obcecado pela ideia de que havia um padrão ainda desconhecido unindo as coisas que existiam e dedicou sua vida a isso. Numa manhã de 1869, o químico e físico russo acordou com a solução do mistério que iria mudar para sempre a história da química.
Viu uma tabela em que todos os elementos se encaixavam. Ao acordar, imediatamente Dmitri escreveu o que vira um pedaço de papel”. O mais incrível é que a tabela descrita por ele continha espaços em branco para os elementos que ainda seriam descobertos pelo homem.
Bibliografia: Revista Galileu, ed. Globo.