Quem é Arigó no espiritismo?

Por Eliana Haddad

Arigó é o apelido do médium mineiro José Pedro de Freitas (1922-1971), nascido em Congonhas do Campo, onde realizou muitas curas e cirurgias espirituais, através do espírito Dr. Fritz, médico alemão que morreu durante a Primeira Guerra Mundial. 

Na década de 1950, Zé Arigó ficou famoso no Brasil e no exterior. As cirurgias espirituais, realizadas sem assepsia, muitas vezes com facas de cozinha e canivetes enferrujados, foram amplamente divulgadas em documentários, revistas e, depois, em livros.

Arigó sofreu muita perseguição da Igreja e de associações médicas, tendo sido processado e preso duas vezes por exercício ilegal da medicina, atendendo durante vinte anos a milhões de pessoas que o procuravam em busca de cura para as mais diversas enfermidades, inclusive dentro do presídio.

O apelido surgiu quando ainda era jovem, quando foi trabalhar aos 14 anos na Companhia de Mineração e Carvão. Filho de sitiantes, nascido em fazenda próxima à cidade de Congonhas do Campo, MG, e com pouca escolaridade, logo começou a ser chamado de Zé Arigó, uma gíria para referência a pessoas ingênuas, ‘matuto’.

De formação católica, casou-se aos 25 anos com Arlete, uma prima distante, com quem teve sete filhos e que sempre o apoiou ao longo de suas atividades.

O trabalho mediúnico começou por volta de 1950, quando Arigó passou a apresentar fortes dores de cabeça, insônia, tendo visões de uma luz e ouvindo uma voz em outro idioma. Perturbado, visitou médicos e especialistas em busca de diagnóstico, até sonhar com Adolph Fritz. Ele havia sido escolhido como médium para auxiliá-lo a terminar sua obra de socorro aos doentes. 

Arigó enfrentou com coragem a sua tarefa e sempre dizia que ele não fazia nada. Quem operava era o dr. Fritz e quem curava, Jesus. Por isso, também, não entendia por que insistiam em prendê-lo.

Morreu em 11 de janeiro de 1971, em um acidente de carro na rodovia BR-040. Já havia sido avisado anteriormente do diagnóstico de graves problemas cardíacos.

“O corpo de José Pedro de Freitas, o inesquecível Arigó, encontra-se no cemitério, situado na parte mais alta de Congonhas do Campo, mas o espírito do célebre médium brilha como uma estrela na Espiritualidade mais alta”, afirmou o escritor e pesquisador Jorge Rizzini sobre a trágica desencarnação de Arigó, no encerramento do livro de J. Herculano Pires, Arigó, vida, mediunidade e martírio (ed. Paideia), revisto e atualizado pelo autor em 1966.

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