Rochester em mais um emocionante romance
Por Eliana Haddad
A editora Correio Fraterno acaba de lançar O condado de Lancaster, romance espírita de autoria do consagrado J. W. Rochester, psicografado pela médium Arandi Gomes Teixeira, que também o acompanhou em A pulseira de Cleópatra, Vós sois deuses e O príncipe do Islã, sucessos na literatura espírita recente.
Na entrevista abaixo, a médium comenta sobre a nova publicação e sua relação de parceria e compromisso com Rochester para divulgação dos conhecimentos espíritas, num estilo espiritual característico, que imprime sempre muita emoção e suspense na narrativa de suas incríveis histórias.
Rochester não para com seu convite à reflexão através de obras que retratam personagens em conflito. O que aborda no seu novo romance O condado de Lancaster?
Arandi Gomes Teixeira: Neste romance, ele destaca a infância desvalida, através do pequeno personagem, Kadir, e convida o seu leitor a pensar, seria e profundamente, nas crianças e jovens que se arrastam na face do planeta implorando socorro; muitas vezes, em meio ao silêncio ou mergulhados em situações trágicas; enquanto a sociedade como um todo quase sempre olha para o outro lado, ignorando-os irresponsavelmente.
A diferença cultural dos personagens expõe detalhes da religiosidade no Ocidente e no Oriente. Como Rochester concilia isso?
Ele concilia com o bom-senso e a razão esclarecida, baseados no cristianismo redivivo, sem ferir suscetibilidades, nem esperar transformações, que sempre dependerão do tempo e da história espiritual de cada um. O espiritismo não faz proselitismo.
Você, que psicografa as obras de Rochester atualmente, nota durante o trabalho um envolvimento maior do autor espiritual com seus personagens? Pode dar um exemplo?
Sim, ele se envolve visceralmente com os seus personagens e 'passeia' em meio às suas diferentes reações. Eu partilho igualmente dessas experiências e muitas vezes a recordação de antigas vivências na carne nos remete ao passado, permitindo-nos mais uma vez as mesmas alegrias ou os mesmos sofrimentos. A alma registra tudo que viveu, devolvendo-nos no espaço e no tempo, quando possível, os mesmos cenários e as mesmas emoções.
Rochester é consagrado autor espiritual por suas histórias 'fortes'. Ele continua com o mesmo estilo?
Sim. Basta ler os seus livros e reconhecer a força e a paixão com as quais ele escreve. Ainda que noutra época e numa nova fase, quando ele já dispensa a 'pompa e circunstância', tão do seu agrado em tempos idos, o seu estilo literário continua o mesmo.
Como esse trabalho de O condado de Lancaster iniciou? Você sabia previamente sobre o que iria escrever, o conteúdo temático da história?
Às vezes recebo, bem antes, algumas pinceladas de um provável trabalho psicográfico. Mas quase sempre ignoro completamente o conteúdo. Em O condado de Lancaster, vi apenas a capa da primeira edição e nada mais. Depois, ao longo das diversas narrativas, ele foi me informando melhor, e não é raro ele 'me tirar' da cama pela madrugada para psicografar algumas páginas das suas obras.
Rochester relembra o ranço de antigos conceitos e enaltece a transformação através do conhecimento do Evangelho. O que significa em O condado a mensagem de Jesus?
Ele cita os referidos ranços para esclarecer o seu público leitor. Neste livro, a mensagem do Evangelho nos alcança de forma direta e transcendente, com Jesus falando a todos nós, seus irmãos; frente a um grupo de encarnados e desencarnados, reunidos numa esfera próxima da Terra, para uma avaliação espiritual. Este capítulo deu nome à primeira edição. No seu início a obra trazia o título Apolo contra a luz, modificado depois pelo próprio Rochester para O paradigma da humanidade.
O que sentiu quando terminou a psicografia de O condado de Lancaster?
A grande satisfação de mais um dever cumprido junto ao Rochester e à espiritualidade, e na concretização de mais uma obra da doutrina espírita que nos esclarece, consola, transforma e redime.
E se tivesse que apresentar essa obra em poucas palavras, o que diria?
Que ela é imperdível, porque através deste romance, acompanhando a vida da protagonista, Constance, veremos o verdadeiro e eterno amor, as dores da perda, a saudade de um filho muito querido; a incompreensível e invigilante vingança e os perigos da obsessão; o respeito devido aos diferentes credos e etnias; a necessidade imprescindível de união familiar como base sólida para a educação moralizada. Tudo isso e muito mais, tendo como pano de fundo as adversidades devastadoras pelas quais passam as crianças abandonadas, num alerta para a urgência de nos voltarmos para essas 'novas sementes', a fim de que o mundo progrida, de fato e de direito, no rumo da perfeição e da felicidade!
(Publicado no jornal Correio Fraterno - Edição 453 - setembro/outubro 2013)