Quando o escritor nos conduz pela razão e pela emoção
Por Redação
"Estamos cansados de erudição e obscuridade. Pareceu-me chegado o tempo em que problemas vitais devam ser examinados por nós outros, gente como você e eu.” – Herminio Miranda, Os procuradores de Deus.
Os procuradores de Deus, primeiro livro espírita de Herminio C. Miranda (1920-2013), foi lançado em 1967 (edição Calvário). Em 2010, resgatado por Raymundo Espelho em um sebo paulista, a obra mereceu uma edição especial da Editora Correio Fraterno, sendo lançada em junho de 2015.
Quando soube do resgate da obra num sebo, Herminio, aos 92 anos, ficou surpreso. Nem ele tinha um exemplar. Ficou feliz com a proposta editorial da Correio Fraterno de relançar o livro, por sua atualidade sobre a história espiritual da Humanidade e a contribuição de Kardec para a vinda do consolador prometido. Mostrou-se interessado e logo manifestou seu desejo: "Vamos dar uma 'escovada' na obra".
Seu pedido fazia sentido quanto à necessidade da atualização da ortografia. Mas o que o autor queria mesmo era reler os conceitos e rever afirmações que fizera como iniciante espírita cinquenta anos antes.
Pela coerência que Herminio sempre manteve consigo mesmo, Os procuradores de Deus é obra impecável. Infelizmente, por suas naturais limitações físicas pela idade avançada, o projeto seguiu em ritmo mais lento, não havendo tempo de lançá-lo enquanto ele ainda estava encarnado entre nós. Mas valeu a pena a espera, sendo uma das obras mais significativas da editora, que tanto se encantou com o conteúdo que o livro mereceu um cuidado visual todo especial, um projeto elaborado mesmo com muito cuidado e com a ‘escovada’ que Herminio tanto queria. Os procuradores de Deus, por seu conteúdo, pelo primor da sua edição, pelo seu significado, é mesmo um presente.
Retratando a sadia curiosidade e a incansável busca do homem que não se contenta com simples teorias e dogmas de fé, Os procuradores de Deus consegue abordar numa linguagem simples, como numa conversa informal entre amigos, os temas que tanto afligem o coração, quando se quer respostas precisas para o conhecimento não somente sobre quem somos, mas também como e porque somos. Leitura mesmo imperdível.
(Acervo do Correio Fraterno, março de 2019)