Lições importantes através dos romances

Por  Eliana Haddad

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O médium Umberto Fabbri fala sobre sua experiência como psicógrafo.

Como você começou essa tarefa da psicografia?
Quando me mudei para os Estados Unidos, há cerca de dois anos, comecei a escrever notas para o jornal. Depois textos. Em seguida vieram os livros: Cisco de Francisco, de quando eu frequentava a casa dele, e mais dois outros. Logo em seguida, apresentaram-se para mim três espíritos [Umberto tem também mediunidade de psicofonia e vidência], dentre eles Jair dos Santos, autor do recém-lançado O traficante.

Qual a proposta desses espíritos? Você tem noção da história que vai psicografar?
A proposta deles é escrever obras sobre casos de pessoas comuns, com lições importantes e que muitas vezes não alcançam as mídias. Não tenho noção sobre o que se trata. Tanto que às vezes torço por um personagem, mas os fatos acabam se desdobrando de outra maneira.

Como médium, como você lida com a questão da maior exposição?
Há que se ter maturidade espiritual e reconheço o meu compromisso. Os autores são os espíritos e eu sou o escrevente. A sensação quando começo a psicografar é que eles me colocam no cérebro um pen-drive, porque a história vai brotando e eu não tenho a menor noção onde vai parar.
A finalidade é a divulgação do espiritismo e parte da receita das vendas vai para casas espíritas, inclusive dos Estados Unidos. Até porque na minha vida nunca tive a proposta de trabalhar dentro da doutrina tendo qualquer tipo de benefício.

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 Como expositor e palestrante da doutrina, surgem conflitos entre o que você psicografa e o que você ensina e conhece?
Não. Há informações sobre as quais eu sequer havia pensado ou estudado. Pesquiso e constato que está correto. Há informações sobre o plano espiritual que eu não conhecia.

O traficante trata justamente da influência do plano espiritual no tráfico de drogas, mostrando como é essa relação com o mundo físico. Por que você enveredou para esse tema?
Eu sequer suspeitava que isso ia acontecer. Recebi a primeira frase "Gabriel era um rapaz..." e fui acompanhando a história. Por vezes, um parágrafo não me fazia sentido. Só depois eu via que as ideias estavam encadeadas e com todo o cuidado para não deixar ao leitor nenhuma carga de desconforto, dado o tema do livro.

O traficante traz uma mensagem de alerta a pais e educadores de como uma pessoa 'inocente' pode entrar nas drogas, como o personagem do livro. Você percebe tratar-se de uma obra educativa?
Penso que todos os livros psicografados têm uma mensagem importante. O problema das drogas no mundo não é um assunto dos outros, é um problema de todos nós. Se esse livro servir para uma mãe, para um jovem, um educador, um jornalista, uma pessoa, já terá cumprido sua missão.

(Publicado no jornal Correio Fraterno, edição 462 - março/abril 2015)

 

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