A força de um juramento

Por Sônia Kasse 

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Muitas vezes somos levados por impulso ou propositadamente a prometer coisas, fazer pedidos, realizarmos proezas e até mesmo jurar que assumiremos determinadas atitudes, seja por inocência ou conveniência.

Tais atos manifestados aleatoriamente ofuscam a visão de toda trajetória a ser desenvolvida, mediada e até influenciada por nossas promessas. O percurso de nossa existência será monitorado, dirigido e até mesmo modificado segundo aquilo que assumimos.

Incorporar e manter um juramento implica adotar uma postura de aceitação, abnegação e de comprometimento. E essa, muitas vezes, difere de nossa própria vontade, de nossa busca pela felicidade e por realizações pessoais.

Toda promessa feita implicará alteração de hábitos, maneiras, costumes e sentimentos. E o desfecho disso pode ser negativo, trazer infelicidade, inclusive para as pessoas ao nosso redor, envolvidas nesse compromisso.

A importância do juramento ou da promessa está na conscientização de que para fazê-los é preciso ter clareza do quanto podemos prosseguir levando adiante tudo o que foi prometido, o quanto isso irá interferir em nossa vida e na de outrem e o quanto estamos dispostos a renunciar e até mesmo nos sacrificarmos em benefício do próximo.

O livro As quatro deusas da Babilônia, de Maria Augusta F. Puhlmann (Editora Correio Fraterno), narra a história de um rei e suas deusas, que unidos pelos laços de um juramento feito em tempos idos, convivem com todas as alegrias, tristezas, paixões mal resolvidas e sofrimentos oriundos de tal decisão.

Direta ou indiretamente, os frequentadores do palácio também são aprisionados nas teias desse compromisso e suas vidas são moldadas nem sempre como almejam, mas de acordo com os ditames resultantes dos mistérios que envolvem o rei e as deusas.

Somos agraciados durante a narrativa com a descrição da magnitude, esplendor e suntuosidade do palácio, onde o luxo e o extremo bom gosto imperam. Os Jardins Suspensos da Babilônia são uma constante, recordando-nos sua beleza e engenhosidade.

A trama enfoca o auge das conquistas do império em que o retorno do rei, após uma batalha vitoriosa, era festejado com mulheres bonitas, bebidas e muita diversão. Em meio a tudo isso, uma organização chamada Confraria dos Filhos da Luz tem em seus seguidores peças fundamentais para elucidar a narrativa.

Entre o apogeu e a queda da Babilônia, fatos, particularidades envolvendo o rei, as deusas e todos no palácio direcionam a leitura e despertam a curiosidade do leitor.

Obra riquíssima em detalhes, agradável e que sugere a reflexão: Estamos preparados para manter um juramento até o fim?

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