As inúmeras encarnações de Joanna de Ângelis

Por Eliana Haddad

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O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito vários livros com ensinamentos sobre a saúde mental, aliada a uma terapia voltada à espiritualidade com base no Evangelho de Jesus e nos postulados espíritas.

Na época de Jesus, Joanna foi Joana de Cusa, uma das mulheres citadas no Evangelho, conforme o evangelista Lucas, que a ela se refere em duas passagens de seus apontamentos. A primeira, no capítulo 8:1-3 – “e andavam com ele os doze, e algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena; Joana, mulher de Cusa, procurador de Herodes...”. A segunda, no capítulo 24, onde Lucas a identifica como uma das mulheres que, vindo da Galileia com Jesus, tendo observado que seu corpo, ao ser descido da cruz, fora simplesmente envolvido num lençol e depositado no sepulcro aberto da rocha, preparou-lhe aromas e bálsamos. No primeiro dia da semana, Joana de Cusa foi ao sepulcro, em companhia de outras mulheres, entre as quais Madalena e Maria, mãe de Tiago, e descobriu que a pedra do sepulcro havia sido removida e Jesus, ressuscitado.

Corajosa, Joana de Cusa era uma mulher de fé e de muitas posses, desfrutando de privilegiado nível social em Cafarnaum. Vestida de forma simples, no meio dos seguidores de Jesus, começou a ouvir suas pregações e mudou sua vida, sem abandonar o marido e o filho. 

Triste por não conseguir que o intendente de Herodes também compartilhasse de sua nova crença, certa vez procurou Jesus para falar-lhe de seus dissabores domésticos. “Joana só há um Deus, que é o nosso Pai, e só existe uma fé para as nossas relações com o seu amor. Todos os templos da Terra são de pedra; eu venho em nome de Deus abrir o templo da fé viva no coração dos homens”. E Jesus ainda lhe recomenda que volte ao lar e ame seu companheiro: “Vai, filha!... Sê fiel!”. 

Mais tarde, o poderoso e rico marido adoeceu. Viúva, com um filho para criar, precisou trabalhar, dedicando-se aos filhos de outras mães e afazeres domésticos em casa alheia, para prover as necessidades de ambos. 

Perseguida, em 68, ao comando de Nero, foi amarrada a um poste e sacrificada numa fogueira no Coliseu. De 200 a 300 mil cristãos foram executados, acusados de terem colocado fogo em Roma. Seu filho, no poste ao lado, pedia-lhe: “Abjura!... por mim que sou seu filho. Repudia Jesus, minha mãe...”. Lembra da recomendação de Jesus nos tempos de sua juventude para ser fiel e pede ao filho que se cale em fidelidade a Deus. Um dos verdugos se aproxima e pergunta-lhe: O teu Cristo ensinou-lhe apenas a morrer? “Não apenas a morrer, mas também a vos amar”, responde, perdoando seus carrascos.

Em outra encarnação, Joanna teria vivido no tempo de Francisco de Assis (1182- 1226), numa das ordens fundadas por Clara de Assis (1193- 1252). 

No México, foi Juana de Asbajey Ramires de Santillana. Nasceu em 1651 em San Miguel Neplanta, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indígena. 

Criança precoce, começou a fazer versos aos cinco anos. Aos treze, foi convidada pelo vice-rei de Espanha, o marquês de Mancera, para dama de companhia de sua mulher, encantando a corte com sua beleza, inteligência e poemas. Aos dezesseis, com uma sede de saber maior que a ilusão de prosseguir brilhando na corte, ingressa no Convento das Carmelitas Descalças, indo depois para a Ordem de São Gerônimo da Conceição, tomando o nome de Soror Juana Inês de la Cruz, ficando conhecida pelos seus hábitos de estudo como Monja da Biblioteca.

Em 1690 já dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entender e servir a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Tal documento é considerado a carta magna da liberdade intelectual da mulher americana. 

Citada em artigo da revista Seleções, do Reader´s Digest, em julho de 1972, Soror Juana Inês de la Cruz foi considerada como a primeira feminista do Novo Mundo. Em 1695 houve uma epidemia de peste na região e Juana, socorrendo os doentes, desencarna de peste aos 44 anos.

Em outra encarnação, na Bahia, foi Soror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil. Joana Angélica de Jesus nasceu em Salvador, em 11 de dezembro de 1761. Entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782, pronunciando os votos um ano depois. 

Entre 1798 e 1801 exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigária. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811. Eleita abadessa, em 1814, esteve à frente do convento até 1817, sendo reeleita três anos depois. 

Durante as lutas pela independência, em 19 de fevereiro de 1823, os soldados portugueses invadiram o convento de Nossa Senhora da Lapa. Soror Joana Angélica sai à porta do convento, intimando-os com uma cruz a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.

Com o seu martírio, deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade. Soror Joana Angélica recebeu socorros, vivendo, porém, poucas horas, desencarnando no dia seguinte, 20 de fevereiro.

Livros da “Série Psicológica” de Joanna de Ângelis, psicografados por Divaldo Pereira Franco:

Jesus e atualidade - 1989
O homem integral - 1990
Plenitude - 1991
Momentos de saúde e consciência - 1992
O ser consciente - 1993
Autodescobrimento: uma busca interior - 1995
Desperte e seja feliz - 1996
Vida: desafios e soluções - 1997
Amor, imbatível amor - 1998
O despertar do espírito - 2000
Jesus e o evangelho a luz da psicologia profunda - 2000
Triunfo pessoal - 2002
Conflitos existenciais - 2005
Encontro com a paz e a saúde - 2007
Em busca da verdade - 2009
Psicologia da gratidão - 2011

Bibliografia: 

A veneranda Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco (FEB).

Personagens da Boa Nova, pesquisa de Maria Helena Marcon (FEP).

Boa Nova, Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier (FEB).

Vida de Jesus, Ernest Renan (Martin Claret).

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