Um fenômeno de transporte

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A sra. Guppy chegara à Florença. Fez amizade com a condessa Enrichetta Bartolomei, esposa do conde Tomaso Passarini, e como ambos espíritas, e faziam experiências em sua residências, a sra. Guppy foi convidada por eles a dar provas de suas extraordinárias faculdades mediúnicas. 

A primeira sessão ocorreu na noite de 23 de dezembro de 1868. Os convidados, em número de 14 ou 15, eram todos espíritas e, em volta de uma mesa redonda, de cerca de um metro de diâmetro, se sentaram os cônjuges Guppy e alguns assistentes. A médium pediu que se ligassem as mãos e que a dona da casa as prendesse entre as suas e assim se fez. Dr. Wilson, um dos convidados, segurou as mãos do sr. Guppy. As demais pessoas sentaram em torno da mesa, formando uma segunda linha em cadeia. 

Após alguns minutos, a médium, sempre com as mãos seguras pela sra. Passarini, mandou apagar a luz. Com a sala em profunda escuridão, ouviu-se pancadas na mesa como se alguém, com os nós dos dedos, batesse sobre ela. Então, por meio da tiptologia, houve um diálogo entre o sr. Guppy e o espírito que se manifestava. 

A sra. Bulli, médium vidente, disse que estava vendo uma grande quantidade de flores, entre as quais distinguia, claramente, uma belíssima rosa vermelha, muito grande e com três folhas. Alguns minutos após, foi por todos sentido um suave perfume de flores e depois como que uma chuva que caísse em cima da mesa. Cessado o rumor ouvido e acesa a luz, ficaram todos maravilhados ao verem a mesa inteiramente coberta de flores fresquíssimas. As flores eram junquilhos, violetas, gerânios, magnólias, cravos e uma belíssima camélia vermelha com três folhas, que a médium vidente já vislumbrava na escuridão e que, pela sua semelhança, julgara ser uma rosa.  

Fenômenos de Transportes, Ernesto Bozzano, Feesp, 1982.   

(Acervo do Correio Fraterno, Abril de 2001)