O despertar de Léon Denis na espiritualidade
Por Redação
Três meses depois de sua desencarnação, em 12 de abril de 1927, o escritor e filósofo Léon Denis se comunica através da psicofonia e conta sobre suas impressões, ao se desvencilhar do corpo físico. Segue parte da mensagem:
“Minha prezada senhora Renée: A impressão que tivestes, entre 8 horas e 9:15h, na noite de 12 de abril, é naturalmente em decorrência do êxtase, do desdobramento, da alegria, do deslumbramento e da luminosa vertigem que eu mesmo senti, trocando de mundo.
Da vida terrestre, com seu movimento orgânico, à vida do espaço, com sua sensação radiosa, há forçosamente, na mudança das situações, um ponto morto que fica em suspensão, em maior ou menor tempo, conforme a evolução, estado da alma e a observação do indivíduo.
Após o momento em que pararam os órgãos que animavam meu pensamento humano, no minuto em que despertei para a luz do Além, tive uma espécie de sonolência, de sono hipnótico.
Sentia-me como que entorpecido por condensações de vapor, que formavam em torno de mim algo como um casulo fluídico.
Meus queridos e bons guias trabalhavam; depois, minha respiração deixou meu envoltório carnal e, como um débil fio, desligou-se sem choque.
Senti, então, todo o meu ser dilatado, vaporoso, atraído como por mãos invisíveis, que não eram senão os pensamentos de meus guias.
Esses pensamentos se concretizavam e tocavam meu espírito sob a forma de emanações luminosas, refletidas pelo perispírito de meus entes queridos desencarnados.
Eu flutuava em derredor deles como o pássaro que sai do ovo, mas que é frágil e dá seus primeiros passos em vossa Terra.
Havia deixado minha casa carnal e ensaiava as primeiras evoluções no mundo da luz, domínio maravilhoso criado por Deus.
Mais do que nunca, meus amigos, sei agora que todo ser humano rompe sua carcaça física com maior ou menor dificuldade, de acordo com a sua evolução e conforme o grau de fé e de confiança que tenha na bondade e na justiça de Deus.”
Léon Denis
Mensagem recebida na cidade de Tour, França, em 8 de julho de 1927. Revista Espírita, outubro de 1927.