Estranha experiência
A reconhecida atriz Elisabeth Taylor chegara a Londres em triunfo. Ela havia sido contratada com um dos salários mais altos da história do cinema para viver na tela a célebre Cleópatra. A rodagem da primeira cena foi brindada com champanhe, mas, em seguida, a atriz sentiu-se mal e foi internada em um hospital. Em poucos dias, foi submetida a uma traqueotomia, correndo risco de morte. Estava em coma.
Os médicos afirmavam que ela viveria apenas mais uma hora. De repente, Elisabeth tem um súbito momento de lucidez e pede para observar o imenso jardim apertado entre as paredes brancas. Foi prontamente atendida. Olhou fixamente a primavera toda florida, como quem quisesse partir com a bela visão floral nas retinas enregeladas pela morte iminente. E a atriz conta:
“Então, como já acontecera antes, fui assaltada por uma curiosa sensação de separação de meu corpo. Na verdade, eu não sabia que os médicos não tinham mais esperanças, mas sentia que o fim estava próximo. Eu não estava na cama e nem presa ao meu corpo. Senti que estava em outro lugar, flutuando e observando os acontecimentos. Depois fui tocada pela realidade. Havia dois eus, a pessoa na cama, que estava morrendo, e outra pessoa que se sentia um pouco estranha, porém muito bem. Esta segunda era muito mais eu mesma.”
Depois disso, ela venceu a crise e saiu do coma.
“Jamais me esquecerei dessa experiência. Será que por um momento eu morri? Será que é assim quando morremos?” Depois dessa elucubração, ela sorriu e concluiu:
“Um dia saberei, com certeza!”
Fonte: Anuário Espírita, 1969. Editora IDE. Publicado no jornal Correio Fraterno em junho de 2001.