Como Pastorino tornou-se espírita
Por Altamirando Carneiro
Nascido no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 4 de novembro de 1910, Carlos Juliano Torres Pastorino, autor de Minutos de sabedoria, foi padre e tornou-se espírita por causa de Mahatma Gandhi.
Em 1937, aguardava, em Roma, sua promoção a diácono pelo papa Pio XII, quando este se recusou a receber o líder pacifista indiano em seu tradicional traje branco. Deveria recebê-lo de casaca, para não quebrar o protocolo dos chefes de Estado.
Decepcionado, regressou de imediato ao Brasil, onde desenvolveu intensa atividade pedagógica, declarando-se espírita no dia 31 de maio de 1950, após ter terminado a leitura de O livro dos espíritos, de Allan Kardec.
Passou a frequentar o Centro Espírita Júlio César, no bairro do Grajaú (RJ), sua escola inicial de Espiritismo. Fundou, em 8 de janeiro de 1951, o Grupo Espírita da Boa Vontade, que posteriormente, para não ser confundido com a Legião da Boa Vontade, passou a denominar-se Grupo de Estudo Spíritus. Nesse grupo, nasceu o Lar Fabiano de Cristo e o jornal SEI (Serviço Espírita de Informação). Fundou, também, a Livraria e Editora Sabedoria e a revista Sabedoria. Realizou inúmeras palestras no Rio de Janeiro e em outros estados, participando ativamente de eventos espíritas, associando-se a instituições e colaborando com a imprensa espírita, nacional e estrangeira. Publicou ainda Sabedoria do evangelho e técnica da mediunidade.
Quando Carlos Pastorino estava hospitalizado, em Brasília, no Hospital das Forças Armadas, um sacerdote tentou que ele se confessasse, oferecendo-lhe a comunhão. Pastorino solicitou a um amigo espírita que lhe trouxesse um escrivão, deixando documentadas em cartório suas convicções espíritas. Desencarnou em 13 de junho de 1980.
Pioneiros de uma Nova Era – Espíritas do Brasil, Antonio de Souza Lucena, CELD, RJ, 1977.
(Publicado no jornal Correio Fraterno - edição 433/2010)