A premonição
Em 19 de junho de 1914, pela manhã, na Hungria, o bispo geral dos jesuítas, monsenhor Lanyi, sonha que vê sobre sua mesa uma carta com tarja preta. Ele abre e começa a ver à sua frente um estranho cenário:
Via numa rua o arquiduque Fernando dentro de um automóvel, cercado por uma multidão. No centro da confusão, o bispo vê dois rapazes, que haviam atirado no casal imperial. A seguir, o monsenhor leu o texto da carta que dizia:
“Eminência, eu vos anuncio que acabo de ser, com minha mulher, em Sarajevo, vítima de um crime político. Nós nos recomendamos às vossas preces. Sarajevo, 19 de junho de 1914, às 4 horas da manhã”.
O bispo acordou trêmulo. O seu relógio assinalava 4:30 horas. Ele anotou o sonho, procurando reproduzir a forma das letras que vira na carta. E ficou a pensar no dito sonho. Às 6 horas, o seu criado chegou, encontrando-o sentado à mesa, ainda trêmulo, desfiando o seu rosário. Ele, então, disse ao serviçal:
“Chame minha mãe e meu hóspede, para que lhes anuncie um sombrio sonho que tive”.
Algumas horas depois, essa premonição do monsenhor Lanyi foi totalmente confirmada.
O crime de Sarajevo foi o estopim para a deflagração da Grande Guerra de 1914, com 12 milhões de mortos, 20 milhões de feridos, 10 milhões de mutilados, cidades arrasadas e um caos econômico que até hoje pesa na economia dos países que se engalfinharam naquele episódio sangrento.
Fonte: O espiritismo à luz dos fatos. Carlos Imbassahy. Editora FE. Publicado no jornal Correio Fraterno em março de 1983.