A conversão de Cornélio Pires
Cornélio Pires foi um dos grandes folcloristas do Brasil. Educado em meio protestante, converteu-se ao espiritismo no ano de 1940. Estando ele adoentado, sentindo tonturas, decidiu tomar algumas injeções de Eparseno. Entrou na farmácia para tomar a primeira, o que não foi possível, porque três agulhas entortaram, sem que penetrassem em sua carne.
Cornélio, embora não fosse supersticioso, disse ao farmacêutico que também estava espantado:
– Aqui tem coisa...
E prosseguiu em sua viagem de trabalho. Ao passar por São Carlos, SP, sentiu vontade de visitar seu grande amigo Lobo (provavelmente o espírita José Mariano de Oliveira Lobo).
Conversavam na sala de visitas, quando lá apareceu o cozinheiro, de nome Alfredo. Lobo apresentou-o ao Cornélio, dizendo:
– Eis aqui um grande médium sonâmbulo!
– Cuidado que o Juqueri está lotado, brincou Cornélio Pires [referindo-se ao Hospital Psiquiátrico Juqueri].
Em seguida, o cozinheiro caiu em transe espontâneo e passou a transmitir um recado da espiritualidade:
– Aqui o meu amigo da esquerda (apontando para o Cornélio), fez bem em não querer mais tomar aquelas injeções. Aquilo é arsênico e o irmão já tem o seu fígado em péssimo estado.
Em seguida, indicou-lhe um chá para a dispepsia e despediu-se.
Cornélio Pires saiu impressionado com a comunicação, pois ninguém, além dele, sabia da história das agulhas entortadas e dali para frente, passou a colecionar fatos mediúnicos semelhantes, que foram acontecendo inesperadamente em sua vida.
Diante de inúmeras provas contundentes, Cornélio Pires acabou tornando-se espírita.
Fonte: Kardec, irmãs Fox e outros, Jorge Rizzini, EME.
(Artigo original publicado no Jornal Correio Fraterno)