Uma sessão com Herculano Pires e outros fatos mediúnicos

Por Jorge Rizzini

Herculano Pires

Herculano Pires

Na casa de Herculano Pires, vez por outra, fazíamos sessões íntimas. Eu e ele, apenas. E manifestavam-se espíritos muito queridos, como Cornélio Pires (primo de Herculano), Guerra Junqueiro, Carmen Cinira. Em uma dessas sessões vi os espíritos Pedro Granja, autor do livro Afinal, quem somos, e Carlos Imbassahy, este último grande mestre na arte de escrever e no conhecimento doutrinário. Uma profunda amizade sempre nos uniu. Contei a visão ao Herculano, que logo se mostrou entusiasmado por poder conversar com ambos. Concentrei-me, mas não conseguia entrar em transe, mesmo pedindo a intervenção do meu mentor espiritual, Manuel de Abreu.

 — O que está acontecendo? — perguntou-me o Herculano em voz baixa.

Jorge Rizzini

Jorge Rizzini

Respondi:

— O Granja está no canto direito da sala e quem vai dar a mensagem é o Imbassahy! Eu prefiro o transe, mas o Imbassahy insiste em fazer uso da telepatia, não sei por quê... Estamos nesse impasse! Prefiro o transe, porque dá mais segurança.

— Mas, se ele prefere a telepatia...

Ao final de alguns minutos as respostas às perguntas do Herculano foram transmitidas por via telepática.

Dias depois, disse-me o Herculano que havia enviado uma carta ao filho, Carlos de Brito Imbassahy, narrando o fato, e que esse respondera que seu pai, em verdade, costumava dizer que um espírito lúcido, para comunicar-se, não necessitava pôr o médium em transe. Afinal, não existe a telepatia entre mortos e vivos?

(Acervo do Correio Fraterno, outubro de 1980)