Morte: quando ainda não é a sua hora

Por Oswaldo Iório

Sempre que falo sobre a morte, tão temida por grande parte da humanidade, pela propaganda fúnebre das religiões dominantes, procuro desmistificá-la, apoiado nas revelações dos espíritos e nos depoimentos de amigos que sofreram acidentes e sobreviveram, esclarecendo que o momento do trespasse da vida material para a espiritual é inconsciente e indolor, por ser uma ocorrência natural e necessária.

Deus, na sua misericórdia e bondade, juntamente com o instinto de conservação da vida, colocou em cada ser um mecanismo que desliga automaticamente a consciência nos momentos de perigo, pavor e, principalmente, no ato de desencarnar. Morrer é nada mais que um sono. Morremos todos os dias, quando deitamos para dormir.

Certa vez, no ano de 1949, saindo de Xavantes-SP, cidade localizada a seis quilômetros da divisa do Estado do Paraná, iniciei uma viagem a serviço da organização bancária da qual era funcionário, com destino à cidade de Jacarezinho-PR. Viajava num táxi, sentado no banco dianteiro.

Num trecho da estrada de terra batida, próximo ao meu destino, ficamos atrás de um caminhão que, mesmo trafegando em menor velocidade, levantava uma cortina de poeira tão compacta que impedia completamente a nossa visão.

Como naqueles tempos o movimento nas estradas era pequeno, o motorista, para se livrar do pó e ultrapassar o caminhão, imediatamente manobrou para a pista à esquerda e ao emparelhar com ele, se deparou com outro caminhão que vinha em sentido contrário. Quando percebi o caminhão se aproximando em grande velocidade, prestes a se chocar de frente conosco, simplesmente 'apaguei'!

Minha inconsciência durou alguns segundos e, assim que 'acordei', vi que estávamos livres e já tínhamos ultrapassado o caminhão. Ainda meio tonto e duvidando de estar vivo, ouvi o motorista, aliviado, dizendo que por sorte, a estrada estava ali com as margens mais largas, o que permitiu que os caminhões se desviassem para as suas direitas, dando um apertado espaço para passarmos.

Sempre que me lembro deste incidente, agradeço a Deus por ter me concedido a graça de vivenciar essa ocorrência para ter a oportunidade de confirmar, pessoalmente, o que divulgo sobre a morte em minhas palestras; constatar que o acaso não existe: “A fatalidade existe unicamente pela escolha que o espírito fez ao reencarnar (LE-Q.851)” e que suas Leis, justas e perfeitas, “dá a cada um segundo seu merecimento” (Mateus (16:27), não permitindo que inocentes sofram.

(Publicado no jornal Correio Fraterno 2009, ed 425)

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