Vibramos conforme nossas afinidades

Por Eder Andrade*

Não é novidade que plasmamos formas de pensamento associadas aos sentimentos com que nos identificamos pela lei da sintonia e atração.

Somos reféns das nossas escolhas mentais e dependentes dos sentimentos que não conseguimos superar. Podemos ver isso no livro O céu e o inferno, que cita que em cada existência uma ocasião se depara à alma para dar um passo avante; de sua vontade depende a maior ou menor extensão desse passo: franquear muitos degraus ou ficar no mesmo ponto. 1

A lei da ação e reação atua em nossas vidas e nos leva a colher os frutos das sementes que um dia semeamos.

Herminio Miranda, no livro Diálogo com as sombras, deixa claro que da mesma forma que podemos por livre escolha e afinidade nos elevar espiritualmente, também podemos nos sintonizar com mentes em desequilíbrio e sofrer processos de perturbação, pelas afinidades mórbidas com que nos alimentamos:

“Acima de todas as verdades astrológicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nos ensina que cada qual receberá por suas obras, achando-se cada homem sob as influências que merece...”2

A moralização do espírito representa o primeiro grande passo para sua transformação. Não basta saber a verdade; faz-se necessário dar testemunhos.

Em O evangelho segundo o espiritismo encontramos a resposta para uma pergunta corriqueira:

Qual o objetivo da encarnação dos espíritos? Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é expiação; para outros, missão. 3

No livro Nos domínios da mediunidade, pela mediunidade de Chico Xavier, André Luiz cita que, sob a supervisão do Assistente Áulus, foi assistir a uma palestra do instrutor Albério, que entre muitas coisas, procurou esclarecer que: “Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam à jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no “hoje imperecível”.4

Mesmo sabendo que nossas construções mentais refletem o nosso nível evolutivo, isso não significa que não sejamos capazes de nos modificar. Quando existe um desejo sincero de renovação é possível promover uma mudança vibratória através de bons pensamentos, da prece diária e acima de tudo o exercício da prática do amor ao próximo.

Precisamos aprender a ressignificar a nossa história de vida, de forma a mudar o curso dos acontecimentos e o nosso foco em relação ao que de fato é importante na construção do nosso amanhã.

Devemos iniciar nossa reforma interior, o que representará o primeiro grande passo para desconstruir o homem velho que ainda trazemos dentro de cada um de nós e edificar um novo homem que deseja ser merecedor de uma vida mais feliz em um mundo de regeneração.

Bibliografia

1 Allan Kardec, O céu e o inferno, 1ª parte, cap. 5. FEB.

2 Herminio Miranda, Diálogo com as sombras, 2ª parte, cap. 21. FEB.

3 Allan Kardec, O livro dos espíritos, 2a parte, cap 2. FEB.

4 André Luiz, por Chico Xavier, Nos domínios da mediunidade, cap. 1. FEB.

*Professor de história e sociologia, trabalhador no Centro Espírita Consolador, no Rio de Janeiro, RJ.