Orgulho: nem todo mau, nem todo bem

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Por Jorge Jossi Wagner

Os estudiosos dos ensinamentos do Espiritismo têm, ao longo do tempo, se acostumado a ouvir, em reuniões de estudo nos centros espíritas, que o orgulho e o egoísmo são duas chagas que dificultam o crescimento moral. Do egoísmo se diz que impede a prática do amor, da solidariedade e da caridade.

O orgulho, outra imperfeição que o espírito ainda possui, é demonstração da falta de humildade. O orgulhoso se julga sempre melhor do que os outros, tudo o que faz é mais perfeito. Todas as suas manifestações são para se vangloriar. 

Em razão da sua imperfeição moral, a maior parte da humanidade costuma ver o mal dos outros sem ver o seu próprio. O orgulhoso dissimula os seus defeitos, divulgando os que ele julga que os outros possuem. O orgulho é o contrário da caridade, que é simples, modesta, faz o bem sem alardear nem buscar os holofotes.

O orgulho torna a pessoa infalível. Leva o orgulhoso a acreditar na supremacia de suas qualidades. O orgulho é a negação de muitas virtudes. Por que isso ocorre?

Os ensinamentos espíritas têm trazido, com muita racionalidade, a ideia de que o orgulho é o sentimento de superioridade pessoal. Ele resulta do processo natural de crescimento do espírito. “É um subproduto do instinto de conservação” (Ermance Dufaux). É um princípio que foi colocado para o bem. Sem o sentimento do valor pessoal e a necessidade de autoestima, não haveria motivação para existir. Dessa forma, o orgulho impulsiona o espírito a buscar mais conhecimentos e aprimoramento moral. Dentro dos limites do racional e do equilíbrio, o orgulho leva o espírito a buscar incessantemente seu aprimoramento. Quando começam a aparecer os excessos, a situação tende a fugir do controle. Aí, o orgulho se torna um grande mal e responsável por imensos dissabores.

Surge o melindre, porque não admitimos ouvir crítica; aparece a pretensão, pois não encontramos limites em nossas atitudes; a prepotência nos faz tiranos em todas as circunstâncias; a vaidade nos leva a considerar que os outros não têm importância; surge o desprezo, pois ninguém merece a nossa atenção e a indiferença nos deixa insensíveis para olhar o nosso irmão como um filho de Deus, que busca também encontrar seu rumo.

Todos nós, encarnados ou desencarnados, precisamos estar sempre atentos ao que se passa ao nosso redor, para que, em estando alertas, possamos detectar os sinais do orgulho, que pouco a pouco toma conta de nossos pensamentos, nos levando a tomar atitudes que mais tarde iremos, certamente, lamentar muito.

Pense nisso!

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