Por que há tantos crimes ligados ao sexo?

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Por Redação

Dificilmente, passa-se um dia sem uma notícia de violência ligada à sexualidade. Abuso sexual, traição, ciúme, vingança, pedofilia... Por que há tantos crimes ligados ao sexo?
Valkíria Dias, Campo Grande, MT

No livro Evolução em dois mundos, explica o espírito André Luiz, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, que há espíritos nos mais variados níveis de compromisso em processo de evolução, onde as trocas e sintonias envolvem o instinto sexual.

Ele descreve que tudo começou quando, livres para escolherem o próprio caminho, as criaturas humanas desencarnadas começaram a oprimir os companheiros encarnados, disputando afeições e riquezas ou tentando empreitadas de vingança e delinquência, quando desencarnavam em circunstâncias delituosas.

Por outro lado, as criaturas foram-se utilizando do instinto sexual de forma atabalhoada, considerando-o apenas como agente de reprodução e prazer, esquecendo-se de que é, acima de tudo, instrumento que permite a reconstituição de forças espirituais entre as criaturas.

André Luiz explica que as almas primitivas comumente gastam a força desse instinto em excessos e isso lhes impõe duras lições. "Milhões de criaturas conscientes, viajando da rude animalidade para a Humanidade enobrecida, em muitas ocasiões se arrojam a experiências menos dignas... Se as forças sexuais não se encontram suficientemente controladas por valores morais, surgem, frequentemente, longos processos de desespero ou de delinquência".

Segundo o autor espiritual, há verdadeiras enfermidades do instinto sexual, no sentido de que se essas cargas magnéticas acumuladas não forem canalizadas na direção do bem, acabam por obliterar o discernimento.

"Alheia ao bom senso, a criatura lesada em seu equilíbrio sexual costuma entregar-se à rebelião e à loucura em síndromes espirituais de ciúme ou despeito". "À face das torturas genésicas a que se vê relegada, gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo. Daí nascem as psiconeuroses, os colapsos nervosos decorrentes do trauma nas sinergias do corpo espiritual, as fobias numerosas, a angústia, os 'desvios da libido', a neurose obsessiva, as psicoses e as fixações mentais diversas".

Quando nos deparamos com crimes ligados à sexualidade, é preciso lembrar que estamos mergulhados na lei universal do progresso, entre acertos e desacertos. Situações trágicas no presente têm certamente origens remotas, onde não nos cabe o direito de julgar, uma vez que todos passamos pelas trilhas de enganos diversos.

É por isso que explica André Luiz que os problemas ligados à sexualidade originam na ciência de hoje as indagações e os conceitos da psicologia, da psicanálise. "Identificam-se as enfermidades ou desajustes do instinto sexual sem oferecer-lhes medicação adequada, porque apenas o conhecimento superior, gravado na própria alma, pode opor barreiras à extensão do conflito existente, traçando caminhos novos à energia criadora do sexo, quando em perigoso desequilíbrio".

É no terreno da sexualidade, continua ele, que são contraídos múltiplos sofrimentos por nós todos, no decurso dos séculos, forjando inquietações e problemas nos outros... "O amor também está em evolução", relembra, explicando que à medida que se nos afastamos da animalidade, o amor assume dimensões mais elevadas. Quando ainda mais animalizados, a descarga da energia sexual se efetua, indiscriminadamente, através de contatos, quase sempre desregrados e infelizes, que desencadeiam a exaustão e o sofrimento como processos educativos.

Segundo analisa, dificuldade maior acontece nos casos de poligamia, quando o espírito traça largo roteiro de aprendizagem a que não escapará pela matemática do destino que criou. O ciclo somente se rompe com o amor.

Quanto mais se integra a alma no plano da responsabilidade moral para com a vida, mais apreende o impositivo da disciplina própria, a fim de estabelecer, com o dom natural de amar, os novos programas de trabalho que lhe facultem a transformação.

(Publicado no jornal Correio Fraterno, edição 452 - julho/agosto 2013)

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