As crianças veem espíritos?

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Por Redação

Por que os bebês parecem sorrir quando estão dormindo? Eles veem espíritos?
Marcelo Bastos Silveira, Vitória, ES

Na Revista Espírita (fevereiro de 1865), tendo como médium o sr. Dellane, pai de Gabriel Dellane, um espírito protetor esclarece que a infância propriamente dita é uma longa série de efeitos mediúnicos e que, se as crianças não temessem as manifestações espirituais naturais do período, esses efeitos seriam constatados de uma forma muito melhor.

Sob o título de “Mediunidade na infância”, o texto traz ainda as seguintes explicações: Quando, após ter sido preparado pelo anjo guardião, o Espírito reencarna, começam a se estabelecer os laços misteriosos que o unem ao corpo, para manifestar sua ação terrestre.

A ação do espírito sobre a matéria, nesse tempo de vegetação corpórea, é pouco sensível. Assim, os guias espirituais procuram aproveitar esses instantes, em que a parte carnal não obriga a participação da inteligência do Espírito, a fim de preparar este último e o encorajar às boas resoluções de que sua alma está impregnada.

É nesses momentos de desprendimento que o Espírito, saindo da perturbação que teve que passar para a encarnação presente, compreende e se lembra dos compromissos contraídos para o seu adiantamento moral.

Assim, estudai o rosto de criancinhas que dormem e que muitas vezes “sorriem como anjos”, como se diz vulgarmente, expressão mais justa do que se pensa. Com efeito, sorriem aos Espíritos que os cercam e devem guiá-los... Como Deus jamais abandona as suas criaturas, esses mesmos espíritos lhes dão mais tarde boas e salutares instruções, quer durante o sono, quer por inspiração, em estado de vigília. Daí podeis ver que todos os homens possuem, ao menos em germe, o dom da mediunidade.

Em outra ocasião, comenta Allan Kardec sobre um correspondente da Revista Espírita que lhe relata o caso de uma criança que ele deduzira fosse um médium vidente. “É lamentável que o nosso correspondente não tenha tido a ideia de interrogar essa menina quanto às pessoas com quem conversava”, lembrando que a mediunidade vidente é muito comum, se não mesmo geral nas crianças.

Ele explica ser este fato “providencial”, pois ao saírem da vida espiritual, os guias da criança acabam de conduzi-la ao “porto de desembarque para o mundo terreno”, como vêm buscá-la em seu retorno.

A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja transição muito brusca; depois, se apagam pouco a pouco, à medida que a criança cresce e pode agir em virtude de seu livre-arbítrio. Então a deixam às suas próprias forças, desaparecendo aos seus olhos, mas sem as perder de vista.

Leia o texto completo na Revista Espírita.

(Publicado no jornal Correio Fraterno - edição 448 novembro/dezembro 2012)

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