Reagir, agir e interagir

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A doutrina espírita nos possibilitou reavivar os postulados de amor e fraternidade do Cristo, que por nossos próprios interesses foram se tornando esquecidos ou colocados em segundo plano. Mas não podemos deixar de considerar outro fator de extrema importância trazido à tona pelo espiritismo, que são as revelações pertinentes à existência da dimensão espiritual de forma mais abrangente e das possibilidades de sua interação e atuação com a dimensão material.


A comunicação e o intercâmbio que sempre ocorreram, antes considerados sobrenaturais, puderam a partir de então ser mais bem compreendidos, possibilitando seu direcionamento e aplicação para o desenvolvimento e crescimento dos espíritos, estando eles encarnados ou não.
Hoje, estes conhecimentos trazidos, principalmente pela codificação, nos ajudam a conviver de forma mais harmoniosa com a espiritualidade que não vemos, mas que conosco se relaciona a todo instante.
Poderíamos considerar que antes destas informações apenas reagíamos de forma inconsciente às influenciações espirituais, quase mesmo sem percebê-las, como podemos ver na questão 459 de O livro dos espíritos: "Influem os espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? R: "Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem".


Esta frase poderia nos incutir o medo ou o receio, se não tivéssemos o entendimento de que podemos receber influências de vários modos: dos amigos, da mídia, da sociedade, dos espíritos, dos livros, da música, mas somente nos deixamos influenciar quando acolhemos as sugestões, o que ocorre por afinidade com o nosso modo de sentir e pensar ou por pura invigilância.


Na realidade, somos donos de nossos destinos, temos o poder da escolha, que vai se depurando e amadurecendo com o tempo.


Seremos influenciados pelos bons e pelos maus, mas como saber diferenciar?
Esta também foi uma dúvida levantada por Kardec aos espíritos: "Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom espírito ou de um espírito mau? R: "Estudai o caso. Os bons espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos discernir", orienta-nos a questão 464 da obra já citada.


Sabiamente, Jesus nos alerta para o sempre eficiente e necessário "orai e vigiai". Podemos e devemos agir de acordo com a lei divina, tomando o devido cuidado para selecionar as influências positivas. Nosso modo de agir repercute em nosso futuro, uma vez que somos cocriadores e responsáveis pelas consequências do uso de nosso livre-arbítrio.


Não podemos nos esquecer de que interagimos com a espiritualidade e, nesta experiência, tanto seremos influenciados como também poderemos influenciar.


O pensamento é uma via de mão dupla. As ondas mentais que emitimos tem o mesmo poder que a dos desencarnados, ressaltando que quanto melhor for sua qualidade, maior será o seu alcance.
Portanto, interagir de modo a trazer crescimento para nós e para os que conosco convivem exige constante esforço para nosso desenvolvimento e disciplinada vigilância na emissão de nossos pensamentos.


Poucas vezes recordamos que, na medida em que melhoramos, podemos também melhor a nossa influência positiva. Geralmente só nos lembramos dos irmãos espirituais que tentam nos influenciar negativamente. Valorizando o mal damos a ele penetrabilidade em nossas vidas.
Estudando e buscando entender a comunicação que desenvolvemos, deixamos de reagir para agir e interagir com o bem e o amor.

 Umberto Fabbri

Profissional de Marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor do  livro O traficante, ditado pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

(Publicado no jornal Correio Fraterno, edição 461 - janeiro/fevereiro 2015)

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