Pactos, poder oculto, talismãs e feiticeiros

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Jesus, há mais de dois mil anos, ensinou sobre a divindade que habita em nós: "Vós sois deuses", lembrou o mestre. Esta afirmativa diz respeito às potencialidades inerentes a todos os filhos do criador e não como alguns relacionam supostamente a poderes especiais.


Na História da Humanidade encontramos várias culturas politeístas (polis, muitos, Théos, deus: muitos deuses) que acreditavam em divindades com vontade e personalidade independentes, voltadas para o bem ou para o mal. Na realidade, conforme nos orienta o mestre em sua conversa com Pedro, "o homem do mundo é mais frágil do que perverso". Não se conhecendo, imagina que o mal esteja 'fora'. Por isso a criação fantasiosa de tantos personagens, como Lúcifer, por exemplo, um anjo caído que se rebela e passa a competir com Deus, o Criador.


Também o termo 'pacto' tem sido usado no decorrer da história para designar um acordo ou contrato irrevogável com Espíritos maus, o que, segundo a codificação, trata-se na realidade de uma ligação de Espíritos que se unem para a prática do mal. Semelhante atrai semelhante e, se minhas intenções são negativas e prejudiciais, vou me unir mentalmente a Espíritos que se afinam com meus desejos.


A questão 549 de O livro dos espíritos diz que se uma pessoa quer atormentar seu vizinho e não sabe como fazê-lo, poderá solicitar o auxílio de Espíritos inferiores que também se comprazem no mal. Estes ajudarão no intento, mas cobrarão pelo 'auxílio' no futuro. Isto, porém, não significa que o vizinho não possa se livrar deles por sua vontade, o que vai ocorrer se suas intenções e desejos estiverem em sintonia mais elevada, na vibração do bem.


Estas ligações ocorrem em vários graus, de mente a mente, desde que sincronizadas pela mesma intenção. E o 'acordo' não é irrevogável, mas transitório, extinguindo-se com a evolução e melhoria dos envolvidos.


Outra preocupação de muitas pessoas está relacionada aos 'trabalhos' ou 'feitiços'. Será que isto 'pega'? Tudo depende de nosso comportamento, desejos e atitudes. Se desejamos e realizamos o bem, construímos uma defesa natural, vibrando em outra sintonia.


Realmente somos deuses... Em grande número, porém, somos ainda de barro tosco, demonstrando a rusticidade das almas a serem lapidadas, apesar da riqueza de seu interior, que aguarda o burilamento vindouro. Alguns se utilizam do próprio magnetismo, manipulando os fluidos do ambiente, influenciando os crédulos e ignorantes, sendo por eles considerados poderosos feiticeiros. O livro dos espíritos, questão 552, nos diz que não devemos acreditar nestes pretensos poderes, que só existem na imaginação de pessoas supersticiosas que ignoram as leis da natureza. Segundo Kardec, na questão 555 de O livro dos espíritos, o espiritismo e o magnetismo trazem as explicações sobre uma infinidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu várias fábulas.


Da mesma forma que não existem seres especiais capazes de ações sobrenaturais, não podemos admitir a existência de talismãs, ou fórmulas capazes de proteger ou prejudicar as criaturas, mas sim a força do pensamento que projetamos nestas peças, podendo atrair Espíritos afinados com as intenções boas ou más que alimentamos.


Tudo o que desejamos, atraímos para nossas vidas. Os pactos também podem ser positivos, de almas que se unam para realizar o bem, e não como erroneamente se conceituou, apenas para o mal. Façamos um pacto de amor com Jesus e sejamos felizes, buscando a divindade em nosso íntimo.

Umberto Fabbri 
Umberto Fabbri é profissional de Marketing,  orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor dos livros O traficante e Amor e traição, ambos ditados pelo espírito Jair dos Santos (Correio Fraterno).

(Publicado no jornal Correio Fraterno - Edição 468 março/abril 2016)

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