A desconfiança de Monteiro Lobato
Em determinada sessão espírita, Coelho Netto [escritor, político, membro da Academia de Letras] comunicou-se. Monteiro Lobato gritou:
— Se você é o Netto, vá dando logo o endereço em que você morava no Rio.
A mesa, através de batidas, compôs: “Rua do Rocio”.
Lobato acrescenta:
— Netto, vou verificar isso”.
Após a reunião, ele telefonou para Edgar Cavalheiro [escritor e crítico literário], indagando-o, sem nenhum preâmbulo, sobre o endereço do colega ‘desaparecido’.
A seguir, Lobato põe o fone no gancho e comenta:
— Não é que era o Netto mesmo? Poderíamos ter conversado um pouco mais.
Fonte: Monteiro Lobato e a parapsicologia, de Carlos Heitor Castello Branco, (Ed. Quatro Artes).