[Livro] As cores de Alice

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Para lidar com as dores.

Para enxergar as bênçãos da vida:

Conhecer a realidade espiritual faz toda diferença!

As cores de Alice mostra a luta de um jovem casal que viu seus sonhos serem desfeitos, depois de perder sua primeira filha aos 51 dias de vida. Dois anos se passaram e a chegada de Alice trouxe de novo vida e cor para a família, devolvendo a esperança, a alegria, a fé.

A autora fala de seus mais íntimos sentimentos, suas frustrações, seus medos e inseguranças. Fala de sua luta, com idas e vindas, fé e revoltas, tristezas e alegrias, numa trajetória lenta, mas muito própria de quem não vê outra saída a não ser desafiar-se.

Juliana Ferezin conta por que conhecer a realidade espiritual da vida – a existência dos espíritos, a imortalidade da alma, a reencarnação, as provas e a justiça divina – fez toda diferença. Sua história vem nos contar por que a vida traz sempre suas surpresas.

Autora: Juliana Ferezin Heck
Editora: Correio Fraterno
Idioma: Português
Tamanho: 14x21 cm
Páginas: 160
ISBN-13: 978-85-5455-024-0

Para você degustar

QUANDO MINHA PRIMEIRA filha desencarnou, resolvi contar nossa história, porque escrever sempre foi terapêutico para mim. Foi uma forma encontrada para racionalizar tantos sentimentos contraditórios e canalizar a energia da tristeza. Assim nasceu o livro O perfume de Helena.

Fiz tudo com muito cuidado, pois sabia que muitas mães, passando pela mesma dor que a minha, leriam aquelas palavras em busca de explicações e consolo. Estou longe de querer ser um modelo de como vivenciar o luto! Só queria mostrar o quanto a doutrina espírita é consoladora.

Três anos depois, aqui estou novamente para compartilhar uma nova experiência: o nascimento de Alice. Foram muitos pedidos para eu escrever novamente, dando continuidade à história. Na grande maioria das vezes, partindo de mães passando pela mesma dor e que viram no nascimento da minha segunda filha uma esperança de dias melhores.

Foi justamente a expectativa criada em torno desta gestação que me fez pensar em escrever outra vez. Mas eu logo digo às pessoas que estão passando por dores semelhantes que não existe passe de mágica, uma receita para se ver livre de sentimentos difíceis, para se conseguir da vida sua nova chance. A ideia aqui é mostrar como cheguei ao caminho que me fez transformar o meu modo de ver a vida, as pessoas e a dor do outro. Todo o resto, é parte desse processo e consequência de novas escolhas.

Que essa leitura possa ajudá-las a encontrar as suas estradas, mudar as perspectivas do que realmente importa na vida e, a partir daí, colherem os frutos dessas novas escolhas.

A morte precoce de uma pessoa querida, seja ela em qual idade acontecer, é sempre desafiadora. Envolve muitos questionamentos em torno da justiça do homem e, principalmente, da justiça divina. Quando acontece de forma violenta, passamos a buscar culpados e exigimos reparação; quando vem por meio de uma doença, tendemos a colocar nas mãos de médicos ou cuidadores a responsabilidade pelo ocorrido. Ainda que possamos responsabilizar alguém, vale a reflexão: Será que devemos?

Em O evangelho segundo o espiritismo², Allan Kardec transcreve a passagem em que Jesus fala sobre o escândalo: “Ai do mundo por causa dos escândalos; porque é necessário que venham escândalos; mas ai do homem por quem o escândalo venha³”.

Lendo isso, volto a questionar: devemos sacrificar o responsável pelo ‘escândalo’? Somos todos imperfeitos e, na nossa imperfeição, diante da dor, costumamos esquecer da justiça divina – a que nunca falha. Deus não deixaria ninguém por conta do acaso. Confiar um de seus filhos nas mãos de alguém que possa errar e permitir que ele perca sua vida por conta de um erro é o mesmo que acreditar que, por alguns segundos, o Pai feche seus olhos e permita a partida de um de seus filhos antes da hora.

Aquele que errou arcará com as consequências de sua negligência, arrogância ou violência. Se não se ajustar perante os homens, colherá os frutos de suas más ações em outras existências, porque a lei divina assim o permite, novas oportunidades de acertos, bem como nos permite que nesta existência possamos aprender tanto com nossos filhos, espíritos corajosos que, junto de nós, também expiam suas dores para, depois, também retornarem com sua bagagem aqui adquirida para o plano espiritual.

Mas, e quando a partida prematura nada tem de acidental, ou acontece sem que possamos responsabilizar alguém ou algo? Aí nossa fé é, definitivamente, colocada à prova.

Em qualquer um dos casos acima citados, ter a certeza da justiça, do amor e da misericórdia de Deus é o que nos assegura uma caminhada menos dolorosa. E pensando nisso foi que decidi compartilhar essa minha nova experiência, os desafios de uma nova gestação. Teve medo, teve ansiedade, mas também teve muito amor e alegria! 


1 Ed. Correio Fraterno, 2016.

 2 Cap. 8, item 11.

 3 Mateus, cap. 18, vv. 6 a 11.