Responsabilidade ante as leis de Deus

Por Umberto Fabbri*

A responsabilidade é também item de evolução na criatura, na medida exata do seu crescimento espiritual.

No ser primitivo, ela estava relacionada à defesa da prole e à manutenção da vida, com o necessário para a sua existência.

Todavia, o espírito não estacionário, com o seu crescimento lento, mas constante, diante de novos desafios, passou a aprimorar os aspectos de sua responsabilidade.

Não estava mais atrelado somente às suas obrigações de caráter meramente existencial no planeta. Passava ele agora, com a consciência mais desperta, para um grau mais elevado de entendimento, divisando não mais sua própria imagem diante da vida, mas sim tomando uma nova postura perante a sociedade.

Começa a notar que aquilo que é bom para si mesmo só pode se transformar em verdadeiro bem se também beneficiar aos outros, e que o mal é o bem ilusório que somente atende suas egoístas necessidades.

Entende com o passar do tempo que a sua postura ególatra lhe é prejudicial, e todas as vezes que insiste na sua manutenção, a vida que traz o dinamismo da participação, da relação com o outro, com o ambiente onde vive, materializa diante de seus olhos situações que o levam a experimentar momentos infelizes e de isolamento.

Desperta para o caminho do bem, pelo esgotamento das próprias forças e passa a utilizar-se de sua inteligência para buscar o aprimoramento altruísta, porque compreende a lógica da vida, que é de relacionamento, de convivência e aceitação das diferenças, para que o crescimento ocorra em qualquer circunstância e em qualquer dimensão em que se encontre.

O conceito de responsabilidade amplia-se sobremaneira, e quando Jesus vem para o planeta e traz o seu Evangelho redentor, a criatura com maior maturidade espiritual, em processo de lapidação, começa a se abrir para a nova realidade de grandes responsabilidades ante as leis de Deus.

Sua relação fraterna com o próximo cresce, entendendo que as bases precisavam ser revistas em muitos aspectos, que as leis verdadeiras, que diziam respeito à sua evolução moral, teriam que ser cumpridas para que, em sendo mais responsável, pudesse experenciar a verdadeira liberdade.

Óbvio que Jesus sabia da necessidade de tempo para que essa realidade se manifestasse no ser. Seriam dois aspectos a serem considerados: tempo e exercício.

Tempo para alcançarmos a maturidade necessária e em paralelo o exercício de suas lições imorredouras, que aos poucos, através das oportunidades renovadas da reencarnação, nos habilitaria a sermos cada vez melhores.

E, gradativamente vamos compreendendo que a liberdade é conquistada à medida que somos responsáveis. Quanto maior a responsabilidade do ser, maior a sua liberdade de escolhas acertadas dentro da vida que o exime da lei de causa e efeito, porque, saindo de seu posicionamento egoístico, abre-se para o próximo no exercício da verdadeira fraternidade, dando asas para que o amor seja abundante em sua vida e reflita-se no semelhante. 

Desta forma, suas conquistas começam a se solidificar e o ser passa a refletir em suas ações a educação que o Evangelho lhe proporciona e torna-se ele, diante das leis divinas, uma criatura cada vez mais responsável, entendendo que sua maior responsabilidade está exatamente atrelada ao ensino do Cristo, de que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.