O corpo: nosso instrumento de evolução

Por Umberto Fabbri*

Do latim corpus, o termo corpo abrange várias acepções. Uma delas, por exemplo, refere-se àquilo que tem uma extensão limitada e que é perceptível pelos sentidos, ao conjunto dos sistemas orgânicos que constituem um ser vivo.

Como sabemos, nosso corpo é formado por órgãos, tecidos, células e sistemas, que trabalham em conjunto para manter o seu funcionamento adequado.

A ciência poderia estudar o corpo sob vários aspectos, sem dúvida, mas talvez o mais importante deles é o que a doutrina espírita nos oferece: o corpo permite a atuação do espírito na matéria, possibilita o processo da reencarnação, auxiliando o esquecimento do passado, oferecendo a possibilidade de experiências diversas ao ser que delas necessita para sua evolução e aprendizado, tais como os advindos da beleza, da doença ou da saúde, entre tantas outras, e ainda as limitações, necessárias na contenção dos nossos desequilíbrios emocionais e espirituais.

E tudo fica ainda mais rico quando adicionamos a estas reflexões o organismo espiritual ou perispírito. Seu campo de atuação em nossas vidas é extenso e merecedor de nossa atenção e estudos.

Neste espaço, seria impossível comentar sobre todas as propriedades e estruturas do perispírito, todavia gostaríamos de salientar sua importância na mediunidade, lembrar também que as doenças, não raras as vezes, nascem do nosso desequilíbrio vibracional, mais precisamente no campo dos pensamentos que se alojam em primeira instância nele para depois migrar para o corpo físico. É no perispírito que temos gravadas nossas marcas mais profundas e, ao evoluírmos e nos renovarmos, ele altera a sua constituição para melhor, usando dos fluidos mais sutis do planeta que habitamos. Quando nós, espíritos, desencarnamos, este invólucro sutil nos acompanha em nossa jornada para a pátria espiritual e irá organizar e sustentar a vida física nas futuras reencarnações.

Contudo, mesmo estando cientes de muitas destas informações, nos escapa a parte prática e de grande relevância em nossas vidas, como por exemplo, o conhecimento necessário destas estruturas corpóreas que utilizamos, e das quais dependemos para evoluir, crescer e alcançar nosso bem-estar e felicidade.

Nós, espíritos, influenciamos nosso corpo e ele também nos influencia. Frente a este conhecimento, é fácil concluir a necessidade de buscarmos o equilíbrio em nossas posturas mentais, em nossos pensamentos, em nossos hábitos e no uso adequado deste recurso divino que Deus nos oferta.

Vamos propor uma reflexão aos amigos leitores, que de forma alguma visa estabelecer a culpa inútil, que só nos atrasa, mas sim uma ferramenta para mudanças positivas e, para isso, deixaremos algumas perguntas que favorecem o nosso autoconhecimento.

Se hoje fôssemos convidados a prestar contas desse corpo, recurso divino concedido temporariamente para nossa manifestação e evolução, teríamos a consciência tranquila? Poderíamos ficar serenos por termos feito o melhor? Respeitamos os seus limites? Reconhecemos nossas limitações quanto ao envelhecimento que irá se mostrar com a necessidade de rever atividades e expectativas? Oferecemos a ele os cuidados para sua manutenção?

No Evangelho, encontramos a orientação para cuidarmos do corpo e do espírito por vezes não percebendo a importância da estreita ligação entre eles, sendo de nossa responsabilidade os cuidados necessários para mantê-lo saudável e pleno para a nossa melhor expressão durante a estada no planeta. Pensemos nisso!

 

*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.