O que é passe espírita?

O passe espírita é uma prática de imposição de mãos em que se combinam os fluidos do mundo espiritual e os fluidos materiais de quem o estiver aplicando, com a finalidade de harmonização do corpo físico e perispiritual de quem recebe o passe.

Hoje o passe é chamado também de fluidoterapia e Allan Kardec a ele se referiu como imposição de mãos. 

Não precisa ser médium para dar passes e a boa intenção é indispensável para a realização dessa atividade. Basta ter amor no coração e vontade de auxiliar, ainda que alguns ‘passistas’ apresentem mais desenvolvida a ‘mediunidade de cura’, um terreno bastante extenso e que deve sempre respeitar a recomendação no sentido de que a assistência espiritual não substitui o tratamento médico.

A prática do passe também não requer local especial e pode ser feita, além dos centros espíritas, em hospitais e nas residências de pessoas necessitadas. 

É bom saber que o passe não resolve todos os males, pois a questão da cura é bem complexa, fazendo parte de um contexto maior, a lei natural, a qual todos estamos submetidos, cada qual com seu merecimento. Isso está exatamente de acordo com um dos pressupostos da própria doutrina espírita: o espiritismo não faz milagres porque está fundado em leis naturais. O sobrenatural seria a derrogação das leis divinas, que são eternas e imutáveis. 

Segundo o filósofo e escritor espírita José Herculano Pires (1914-1979), o passe não é apenas um gesto que tem consequências psicológicas. O passe espírita, como até mesmo o passe magnético, tem funções orgânicas precisas, age sobre o organismo. O passe espírita age de maneira mais profunda, porque não é dado apenas por um indivíduo humano que procura transferir fluidos vitais de seu corpo para o corpo da pessoa necessitada. Ele está a serviço de um espírito que entende melhor do assunto e conhece melhor as profundezas da doença, da situação em que a pessoa se encontra. Servindo-se de seus próprios fluidos curadores e dos fluidos vitais do ‘médium’, o espírito tem a possibilidade de transmitir à pessoa doente verdadeiros impulsos de cura, por assim dizer, estimulando as energias do próprio corpo do enfermo para a necessária reação contra a doença.


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