Quem é Yvonne Pereira no espiritismo?

Yvonne do Amaral Pereira foi uma importante médium brasileira que psicografou várias obras clássicas do espiritismo, dentre as quais Memórias de um suicida (1958, FEB). Nasceu em lar espírita em 24 de dezembro de 1900, em Vila de Santa Tereza de Valença, hoje Rio das Flores, RJ, e desencarnou na capital carioca em 9 de março de 1984.

Yvonne teve um lar pobre e modesto, onde aprendeu com os pais a servir os mais necessitados, pois em sua casa eram acolhidos com carinho pobres criaturas sem recursos, inclusive mendigos.

Um dos episódios mais conhecidos da vida de Yvonne é que, ainda bebê, com 29 dias, teve um acesso de tosse e, sufocada, acabou sendo tida como morta. Velório preparado, caixão encomendado, Yvonne foi vestida com grinalda e vestido branco e azul. Sua mãe, desacreditando que a filha estivesse morta, retirou-se para um aposento, onde orou fervorosamente a Maria de Nazaré, pedindo que a situação fosse definida. Instantes depois, a criança acordou aos prantos. Era cataléptica, fenômeno que novamente se daria aos seus oito anos de idade e seria comum na sua vida a partir dos 16 para que pudesse trazer notícias do mundo espiritual através de vários romances, crônicas e contos.

Aos quatro anos, Yvonne já conversava com os espíritos, que considerava pessoas normais, encarnadas. Duas entidades lhe eram particularmente caras. O espírito Charles, que fora seu pai em encarnação passada e a orientou, agora, em suas atividades mediúnicas, e o espírito Roberto de Canalejas, que fora médico espanhol em meados do século 19 e com quem tivera ligações espirituais de longa data. 

Mais tarde, na vida adulta, manteria contatos mediúnicos regulares com outros espíritos, como: Bezerra de Menezes, Camilo Castelo Branco e Frédéric Chopin. Pelo desdobramento noturno, Yvonne Pereira visitava o mundo espiritual, amparada por seus orientadores, coletando as crônicas, contos e romances.

Yvonne tinha apenas o curso primário, trabalhava como costureira e levou uma vida intensamente dedicada às tarefas mediúnicas,  enriquecendo a literatura espírita com obras psicografadas como: Nas telas do Infinito, Amor e ódio e A tragédia de Santa Maria, Nas voragens do pecado, O drama da Bretanha, Cavaleiro de Numiers, Ressurreição e vida, Sublimação, Dramas da obsessão e Devassando o invisível.


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