Trabalhadores da codificação

Quem foi São Luís, espírito que assina diversas mensagens nas obras da codificação? – Márcia Pinheiro, Peruíbe, SP.

Por Izabel Vitusso

São Luís foi um dos espíritos que participou ativamente para a organização da codificação, principalmente ao tempo das reuniões na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por Allan Kardec em 1858, que tinha como objetivo estudar os fenômenos relacionados às manifestações dos espíritos e as suas consequências, principalmente morais.

Profundamente voltado ao bem e comprometido com a Verdade, São Luís foi em vida o rei Luís IX da França. Nascido em 1215, na cidade de Poissy, perto de Paris, foi filho do rei Luís VIII e da rainha Branca de Castela. Seu reinado, de 1226 até sua morte, em 1270, marcou um período de grande prosperidade para a França, que ficou conhecido como ‘o século de ouro de São Luís’.

Em 1297 ele foi canonizado por ter sido um rei justo e bom. Um rei que, tendo aceitado o cristianismo como sua religião e transmitido essa religião para o povo, procurou reger a França com equidade, justiça e com amor. Sua vida foi realmente um exemplo para todos os reis da Terra. 

Comprometido com a tarefa da divulgação, em espírito, se manifestou inúmeras vezes para Allan Kardec e o auxiliou. Seu nome assina mensagens com orientação em O Evangelho segundo o espiritismo, O livro dos espíritos, O livro dos médiuns e O céu e inferno, ficando apenas o livro A gênese sem registrar sua participação direta. 

Na obra O céu e o inferno, é marcante a presença de São Luís, sendo seu nome registrado mais do que o dobro de vezes que nas demais obras da codificação, justamente por tratar das manifestações dos espíritos, estas em grande parte ocorridas na própria Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, da qual São Luís era o mentor espiritual.

Allan Kardec, com seu espírito inquiridor, ávido pelas respostas que lhe faltavam para o encadeamento de muitas ideias sobre a doutrina dos espíritos, recorria ao espírito São Luís, diante de manifestações que suscitavam maiores informações, sabendo ser fonte segura e usando sempre a razão. 

As dúvidas de Kardec

Perguntas feitas a São Luís para melhor compreensão sobre as comunicações dos espíritos

  • Que quer dizer o espírito afirmando que o momento da morte foi menos doloroso que depois?
  • Podereis ministrar-nos a vossa apreciação sobre esse suicídio?
  • A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade?
  • Este espírito é passível de melhora?
  • Poderemos evocar o espírito deste menino?
  • Tratando-se de espírito encarnado, as preces têm a mesma eficácia que para os desencarnados?
  • Que devemos entender por trevas em que se acham mergulhadas certas almas sofredoras? Serão as referidas tantas vezes na Escritura?
  • Qual a causa da maior facilidade da educação moral dos desencarnados, do que dos encarnados?
    (O céu e o inferno, segunda parte: ‘Exemplos’.)

Comentário de São Luís sobre uma comunicação

“Esta confissão trará grande alívio ao espírito, que efetivamente foi bem culpado! Honrosa, porém, foi a existência que vem de deixar: era amado e estimado de seus chefes. Essa circunstância era o fruto do seu arrependimento e das boas resoluções que tomou antes de voltar à Terra, onde, tanto quanto fora cruel, desejara ser humano. O devotamento que demonstrou era uma reparação, sendo-lhe porém preciso resgatar as passadas faltas por uma expiação final — a da morte que teve. (...)”

*Orientação de São Luís, após a comunicação do espírito Ferdinand Bertin, desencarnado na França em acidente marítimo dois meses antes de sua manifestação. (O céu e o inferno, segunda parte, cap. 4.)

Referências: Allan Kardec. O céu e o inferno, FEB. J. Herculano Pires. No limiar do amanhã, conversa sobre Chico Xavier, parapsicologia, reencarnação e outros temas. Org. Wilson Garcia. Ed Paideia.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_IX_de_Fran%C3%A7a