As famílias se reencontram depois da morte?

Queria saber se depois que eu morrer vou encontrar com meus parentes que já se foram. Luci Andrade, Diadema, SP

Depende. Os reencontros depois da morte acontecerão conforme a afinidade, o nível evolutivo e as necessidades de cada um, conforme os caminhos que seguem procurando progredir. 

“Se um está mais adiantado e caminha mais depressa do que outro, não podem os dois conservar-se juntos. Ver-se-ão de tempos a tempos, mas não estarão reunidos para sempre, senão quando puderem caminhar lado a lado, ou quando se houverem igualado na perfeição”, responderam os espíritos superiores a Allan Kardec em O livro dos espíritos, que ainda quis saber se esses reencontros se davam imediatamente após a morte. “Imediatamente não é bem a palavra.(...) A alma precisa de algum tempo para reconhecer seu estado e se desprender da matéria”, responderam.

Outro ponto importante é que parentes e amigos ‘podem’ se reunir depois da morte, mas isso será sempre temporariamente, caso os que desencarnaram antes de nós não tiverem reencarnado novamente, pois a evolução necessita da reencarnação, desse vai e vem no corpo físico. E, como temos tido muitas existências, a nossa parentela vai muito além da estabelecida na existência atual. “A sucessão das existências corporais estabelece entre os espíritos ligações que remontam às vossas existências anteriores”, esclarece O livro dos espíritos

Portanto, podemos até desencarnar da mesma forma, mas cada um de nós vai ter seu próprio caminho no mundo espiritual, de acordo com seu merecimento, sua evolução moral e intelectual e seus laços de afeto. Mas uma coisa é certa: nossos parentes e amigos costumam vir, sim, ao nosso encontro quando deixamos a Terra, como esclarece-nos a resposta 289 da obra: “Os espíritos vão ao encontro da alma a quem são afeiçoados. Felicitam-na, como se regressasse de uma viagem, por haver escapado aos perigos da estrada, e ajudam-na a desprender-se dos liames corporais”. 

Essa simpatia que atrai um espírito para outro resulta da perfeita concordância de seus pendores e instintos, sendo que as condições espirituais variam ao infinito, de conformidade com os graus de desenvolvimento moral e intelectual em que cada um se encontre.