Quando o orgulho dá vez ao aprendizado

Por Sônia Kasse

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Verdadeira obra-prima da literatura espírita, A mansão Renoir é um romance consagrado, psicografado por Dolores Bacelar e Alfredo (espírito) que já está na sua 19ª edição pela Editora Correio Fraterno.


Um clássico de época que retrata a vida do nobre francês Frances Renoir, senhor com alto poder aquisitivo, dono de um verdadeiro império e dos seus empregados, que se submetem à tirania e insensatez desse poderoso patrão que não demonstra nenhuma piedade pelos seus subordinados e nem mesmo para com os membros de sua própria família, que são tratados com desprezo e antipatia, em especial, sua filha Joceline, que nasceu feia e com deformidades físicas, condição inaceitável para seu pai, Frances, e sua mãe, Rosa Renoir.


Agravando ainda mais essa questão, Frances Renoir não entende por que Ana Maria, filha do jardineiro Macário e de dona Júlia, era uma linda moça, de fino trato e inteligência e, pasmem, cópia fiel do retrato de sua avó francesa, o que deixava Frances muito aborrecido, motivo pelo qual não aceitava ter em sua casa Joceline, uma filha tão feia que para ele era a vergonha dos Renoir.


Além de Joceline, ele tinha seu filho Arthur Renoir, moço bom, educado, que se preocupava com o próximo e suas necessidades, suprindo-as sempre que podia: atitude que irritava demais seu orgulhoso pai.
O romance se desenvolve de tal maneira que os fatos acima descritos sofrerão grandes mudanças, graças à interferência de um misterioso personagem chamado tio Nicolau, o ermitão da montanha.


Além dos relatos sobre a mansão, seus donos e empregados, detalhes de fatos históricos da época enriquecem a obra, principalmente o poder manipulador de alguns representantes da igreja católica, que fazem da Igreja o 'seu castelo', com cargos de alta mordomia e acúmulo de riquezas.


Por garantirem consideráveis quantias para a igreja, ricos e poderosos eram tratados com todas as honras e glórias, enquanto aos pobres restava apenas incutir-lhes a cega obediência aos dogmas impostos pelo padre, sob pena de queimarem no fogo do inferno.


A história se enriquece na figura de tio Nicolau, que prima pela divulgação do conhecimento da espiritualidade a todos que o procuram e, dessa maneira, a aceitação de que aqui estamos para uma nova oportunidade de viver em harmonia com Deus e com o próximo nos ajuda no resgate e aprimoramento espiritual.


É uma obra notável que merece ser lida!

(Publicado no jornal Correio Fraternoedição 481 maio/junho 2018)

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