Rita Lee, você é médium?

Por Redação

Fã da cantora Rita Lee, o escritor e pesquisador paulista Eduardo Carvalho Monteiro escreveu um artigo para o Correio Fraterno em 1983 comentando sobre a entrevista da cantora à revista Psicologia Atual, em que ela fazia inúmeras revelações sobre sua relação com a espiritualidade.

Ela diz:

“Quando faço letra, não escrevo muito consciente; é uma coisa meio ‘psicografada’. Primeiro baixa o santo, depois é que eu vou ler”.

Eduardo expõe que o fenômeno a que ela se refere pode ser enquadrado na mediunidade da psicografia direta ou na de inspiração, e sugere para o entendimento do fenômeno a questão 186, do capítulo 15 de O livro dos médiuns, que cita os artistas, sábios, literatos como “capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas”, e que os espíritos os auxiliam e sugerem as ideias, sendo eles médiuns muitas vezes sem o saber. Lembra que um autor, um pintor, um músico, nos momentos de inspiração, com a alma mais livre e desembaraçada da matéria, recebe mais facilmente as comunicações dos espíritos que a inspiram.

A cantora não sabe explicar, mas diz na entrevista também: “fui eu quem quis nascer. E quis nascer com todas as barras que temos que enfrentar.”

O espiritismo explica que nada acontece por acaso. Tudo segue uma ordem dentro do universo, segundo a vontade do Criador.

Rita comenta ainda de forma despreocupada que às vezes “se mete na pele de outros personagens e modifica sua própria maneira de ser”. Diz que eles sempre a acompanharam. “São figuras que eu não sei explicar. As pessoas tentam teorizar: você é médium. Mas eu não quero entender. Eles simplesmente pintam. Aí o personagem ‘baixa’. Eu sempre falo baixa, mas é o não ter consciência e ao mesmo tempo ter”. E explica que tem a Gininha, tem o Gungum...

Eduardo então ‘dialoga’: “Sabe Rita, quem é médium sempre está exposto a atuações de outros espíritos. O médium possui um campo preparado para receber influências espirituais e quando seu ‘astral’ não está bom, aí, menina, você nem queira saber: obsessão na certa.

Por isso é que nós espíritas, somos chatos nisso. Lutamos sempre por manter a mente limpa para não nos expormos: estudamos muito os fenômenos para entendermos e não sermos surpreendidos... Entendeu agora, Rita? “

 

Fonte - Correio Fraterno, edição 147, março de 1983.