Aviso providencial

Na história da aviação mundial, Sheila Scott figura como um ás. Ela bateu mais de cem recordes aéreos e destacou-se como a primeira mulher a voar sozinha sobre o Polo Norte. Em 1969, essa aviadora se candidatou a uma importante prova aérea. À sua volta estavam seus auxiliares, voluntários, atentos aos mínimos detalhes. Vistoriaram o avião. Estava tudo pronto. Agora era só esperar o início da prova.

"Ela me avisou que podia ver o meu avião em grande turbulência sobre o mar."

Uma novidade, porém, acabou perturbando a aviadora e sua equipe. O carteiro entregou a ela uma fita magnética que continha uma mensagem anônima obtida numa sessão espírita. Sheila ouviu logo a mensagem e concluiu que lhe fora enviada por Amy Johnson, a primeira mulher que conduzira sozinha uma aeronave para Austrália, falecida em 1941, quando o seu avião de transporte aéreo auxiliar mergulhou no rio Tâmisa. “Ela me avisou que podia ver o meu avião em grande turbulência sobre o mar. O motor parava e eu ia para dentro do Atlântico”, disse Sheila.

Sheila desejou destruir a mensagem e prosseguir com o seu projeto. “Mas e se tudo aquilo fosse verdade?” – pensou.

Consultou, então, um velho amigo, Lord Donegall, que ficou com a fita para averiguar sua procedência. Feita a investigação, constatou-se que a mensagem fora recebida num grupo espiritualista idôneo. Contudo, Sheila não quis cancelar sua participação na prova. Alegava confiar no seu engenheiro-chefe. E este a incentivava, irônico:

“Não seja pateta. Avance com o que pensou fazer”. Felizmente, o bom senso falou mais alto e o engenheiro-chefe submeteu o avião a um teste mais rigoroso. A mensagem não veio à toa. Ele descobriu no aparelho duas anormalidades que sem dúvida causariam problemas em seu voo sobre o Atlântico.

Fonte: Anuário Espírita, 1990, IDE. Publicado no jornal Correio Fraterno em maio de 1994.

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