Silva e a atendente do banco
Silva, médium conhecido em sua cidade pela paciência e pela dedicação ao trabalho no bem, dirigiu-se para o banco, a fim de conversar com uma atendente sobre um problema que verificara em sua conta.
Ao chegar, havia cerca de seis pessoas em sua frente. Olhou para a atendente, sorriu, e ela prontamente lhe devolveu o sorriso.
À medida que a fila andava, Silva sorria e a atendente devolvia a gentileza. Contudo, quando pensou que era a sua vez de ser atendido, ela pôs outra pessoa em sua frente e continuou sorrindo.
Crendo tratar-se de um pequeno equívoco, o médium aguardou, pensando que o próximo seria ele. Mais uma vez, porém, se enganou. A atendente fez passar outro, e mais outro, e mais outro... e sempre sorrindo!
Silva, por um instante, imaginou que se tratava de uma provocação. Quis se irritar, chamar o gerente, tomar uma providência. Uma intuição, porém, o conteve, e ele pensou que ela talvez tivesse um motivo justo para fazer aquilo.
Quando só restava ele para ser atendido, a atendente o chamou. Olhou nos seus olhos, sorrindo, ao que ele respondeu com outro sorriso, e disse:
– O senhor deve estar chateado comigo, não é?
– Só cinquenta por cento – disse Silva.
Ela sorriu do gracejo e asseverou:
– Eu ia atendê-lo na ordem certa. Acontece que o senhor estava com um sorriso tão bom que me senti contagiada. É tão difícil ver alguém sorrindo assim por aqui! Por isso, quis que o senhor ficasse mais tempo, para eu me sentir feliz um pouco mais.
Silva ouviu aquelas palavras e silenciou por alguns segundos. Depois, sentindo-se aliviado e entendendo o que se passava, afirmou, entre descontraído e satisfeito:
– Da próxima vez a senhora me avisa antes, para que eu possa sorrir um pouco mais!
Estamos muito longe de conhecer a força que um sorriso tem.
Sempre que sorrimos, com alegria sincera, geramos um fluxo intenso de energia que tende a contagiar a todos que estão em volta, sobretudo os que se encontrem necessitados de paz.
O caso de Silva é interessante. Se ele tivesse escolhido a chateação, além de perder a tranquilidade interior, perderia a oportunidade de auxílio. Como, porém, optou por não julgar a atendente e aguardar para ver o que acontecia, o resultado foi extremamente positivo para ambos.
Naturalmente que a deficiência no atendimento deve merecer, por parte de qualquer pessoa, estranheza e solução. Entretanto, qual a melhor forma de buscar isso?
Silva ouviu a própria intuição, aguardou pacientemente e continuou sorrindo. Quantas vezes, na vida, precisamos fazer o mesmo?