Se seus olhos forem bons
Por Umberto Fabbri*
Encontramos em Mateus capítulo 6, versículo 22, que “os olhos são a lâmpada do corpo”, frase que nos traz ensejo para uma reflexão importante sobre como nosso modo de interpretar o que nos acontece interfere em tudo à nossa volta.
A lâmpada, se estiver acessa, iluminará, trará luz para o ambiente, melhorando nossa percepção do entorno, porém, se estiver apagada caminharemos na escuridão, nas sombras.
Segundo Mateus, os olhos seriam a lâmpada. Esta analogia nos remete a refletir que ele não se referia aos olhos do corpo físico, mas à forma de ver, ao olhar subjetivo que todos possuímos, frente aos acontecimentos da vida e que, dependendo da luz, ou seja, da positividade, compreensão, conhecimento e lucidez, podemos ter resultados bem diferentes sobre a mesma situação, dependendo de como ou quem a ‘enxergue’. Isso explica claramente que o mesmo fato pode ser encarado de modo diferente por duas pessoas, como por exemplo o casamento: para uns ele é sonho de realização, para outros, uma prisão. A mesma cidade pode ter vários atributos para alguns, independentemente dos problemas reais, e insuportável de se viver para outros, apesar de suas facilidades.
Somos o resultado de tudo o que vivemos, do que aprendemos, dos traumas, das alegrias, do que valorizamos, e o quanto conseguimos assimilar de tudo que nos acontece, ou seja, somos únicos e nossos ‘olhos’, ou forma de ver a vida, e meio que sem percebemos, vamos reagindo automaticamente guiados por esta luz ou sombra que criamos.
Entretanto, quando tomamos consciência de que podemos acender esta lâmpada que nos permitirá caminhar de forma mais segura, compete-nos trabalhar para manter a forma correta de ‘ver’ a vida. E isso se dá principalmente pelos pensamentos que alimentamos. Se saudáveis e úteis, nos iluminamos. Se negativos e insalubres, nos apagamos, simples assim.
E Mateus ainda complementa: “Se seus olhos forem bons, seu corpo será luz, se, porém, forem maus, seu corpo será treva”, ou seja, a energia que criamos impressiona profundamente o funcionamento do nosso corpo biológico, pois somatizamos em nossas células a saúde ou a doença que nós mesmos produzimos.
Se nosso olhar estiver adoecido, é preciso buscarmos o médico das almas, nosso Mestre Jesus, para que este nos ensine a refletir sobre as verdades da vida, não a nossa verdade sempre subjetiva, marcada muitas vezes por nossas dores e frustações.
Todavia, à medida que nossa consciência se ilumina pelo conhecimento de nós mesmos e do Evangelho de Jesus, vamos clareando nossa visão de mundo, tendo bondade na forma como encaramos o que nos rodeia e assim vamos conseguindo manter acessa a lâmpada que ilumina nossos caminhos e das pessoas que caminham conosco.
*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.