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Evidências de terremoto confirmam narrativas da obra "Há dois mil anos"

Em pelo menos quatro trechos do livro Emmanuel descreve os abalos decorrentes do terremoto. (Imagem criada pelo autor do texto com o auxílio da inteligência artificial)

Por Marco Paulo Denucci De Spirito*

Na edição de 18 de julho de 2024 do jornal Folha de S.Paulo¹ foi divulgada uma descoberta que consolida nossa compreensão sobre os acontecimentos que assolaram Pompeia em 79 d.C. Sob a liderança do pesquisador Domenico Sparice, uma equipe do Observatório Vesúvio² apresentou evidências de que um terremoto, ocorrendo simultaneamente à famosa erupção do Vesúvio, contribuiu substancialmente para os desmoronamentos observados na antiga cidade romana. Os esqueletos recentemente descobertos, ostentando múltiplas fraturas ósseas, serviram como testemunhos silenciosos das mortes por compressão, corroborando a hipótese de um cataclismo duplo. 

Essa conclusão arqueológica não apenas enriquece nosso conhecimento histórico, mas também confirma de maneira notável as descrições presentes na obra Há dois mil anos, psicografada por Francisco Cândido Xavier e narrada pelo espírito Emmanuel. O médium brasileiro descreve eventos paralelos à erupção, evidenciando uma intersecção entre ciência, história e fenômenos espíritas.

No capítulo 10 da segunda parte, intitulado: “Nos derradeiros minutos de Pompeia”, o relato dos fatos vivenciados por Públio Lentulus, Flávia Lentúlia, Plínio Severus e Ana ecoa as mais recentes descobertas científicas a respeito da tragédia que sepultou a cidade. É possível identificar ao menos quatro trechos significativos do livro que mencionam peremptoriamente o terremoto verificado na ocasião. Dentre eles, destaca-se:

“Mas, em breves instantes a terra lhes tremia sob os pés, em vibrações desconhecidas e sinistras. Algumas colunas tombavam ao solo, pesadamente, enquanto numerosas estátuas rolavam dos nichos improvisados, recamados de ouro e pedrarias.”³

Os abalos sísmicos que acompanharam a erupção do Vesúvio são igualmente mencionados em correspondências de Plínio, o Jovem (Caius Plinius Caecilius Secundus). Por meio dos documentos epistolares, o mencionado autor registrou que os frequentes e intensos tremores de terra causaram pânico nos moradores, que debatiam se deveriam ficar em casa ou se arriscar ao ar livre. Os terremotos eram tão fortes que os prédios pareciam mover-se e virar de cabeça para baixo.⁴ 

A correlação entre as avaliações arqueológicas acerca da tragédia de Pompeia e os fatos narrados pela psicografia de Francisco Cândido Xavier em Há dois mil anos fornece um interessante exemplo de como fenômenos espirituais podem retratar eventos históricos com precisão. As descrições de Chico Xavier, quando comparadas com os registros arqueológicos e históricos, oferecem uma perspectiva única que sugere a possibilidade de acesso mediúnico a informações do âmbito da realidade. Este paralelismo fortalece a integridade da obra do médium e suscita o contínuo estudo entre história, ciência e mediunidade.

*Marco Paulo Denucci é escritor e trabalhador na Fraternidade Espírita Semeadores, em Belo Horizonte, MG.  

¹ Folha de S.Paulo, 18 jul. 2024. Disponível em https://tinyurl.com/3y6r62au

² Vinculado ao Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, na Itália.

³ Há dois mil anos. Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel, FEB, ed.  2010, 2ª parte, cap. 1. p. 487. Vide ps. 487 a 491.

Pliny The Younger – Complete Letters. WALSH, Patrick Gerard Walsh. Oxford University Press, 2006, VI.16 - 15, 16; VI.20 - 3,4, 6 a 9, 19, p. 145 a 150.