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A dureza do coração

Por Umberto Fabbri*

Com certeza, o maior desejo de todos os servidores de Jesus é o de auxiliar o próximo, levando aos corações sofredores sua doutrina, que ensina o poder do amor, a força da união a importância da tolerância, do respeito às diferenças.

Motivados pelas graças recebidas, decidimos retribuir o bem a nós ofertado. Estudamos e nos preparamos para hoje trabalharmos em prol de difundir a paz, o conforto e os esclarecimentos que transformaram nossa existência. 

Entretanto, a vigilância é indispensável para o sucesso de nossas aspirações, para que continuemos trabalhando em torno do objetivo que nos une.

Jesus diz que as separações ocorriam pela dureza de nossos corações, e este preceito não se aplica somente às uniões matrimoniais, mas a todos os relacionamentos, inclusive entre os seus trabalhadores.

Sem generalizar, uma boa parcela da sociedade ou, por vezes, nós mesmos, ainda trazemos a dureza no coração, que se apresenta na forma da impaciência, da incompreensão, na falta da legítima fraternidade, no orgulho e na vaidade.

Desejamos encontrar no outro algo de nós para legitimar nossa relação e, quando isso não acontece, nos afastamos de quem pensa e age de forma diferente, perdendo a oportunidade de aprender.

Em qualquer ambiente de trabalho, seja ele voluntário ou remunerado, iremos conviver com ideias diferentes das nossas que podem auxiliar a obra que realizamos, sem necessariamente representar uma ameaça, podendo inclusive melhorar e complementar o que nem havíamos imaginado.

A dureza de coração poderia ser entendida como uma falta de habilidade em se abrir para o outro, em ceder de si ou até em aceitar o outro como ele é.

Um coração duro é impenetrável, não se doa, não se abre para o outro entrar e perde muito com isso.

Ao criarmos barreiras endurecidas também deixamos de aprender, não crescemos, podendo até cunhar novos resgates, por conta da dor que certamente vamos lançar aos outros corações que caminham conosco.

Um coração endurecido vai endurecendo outros. 

Influenciamos e somos influenciados, mas Jesus nos ensina que podemos mudar a configuração de nossas vidas quando nos conhecemos e percebemos, por meio da vigilância e observação, o que necessita ser modificado. 

Jesus quando disse “a boca fala do que está cheio o coração”, ensinou que precisamos parar e ouvir o que falamos e o que pensamos, para que a dureza dos nossos corações possa ser modificada e não interfira negativamente na obra de amor do nosso Mestre.

*Profissional de marketing, Umberto é orador e escritor brasileiro, morando atualmente na Flórida, EUA. Autor de diversos livros espíritas, dentre eles: O traficante (pelo espírito Jair dos Santos) O político (Adalberto Gória) e Bastidores de uma casa espírita (Luiz Carlos), ed. Correio Fraterno.