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Lembrança do passado

Por Redação

Como posso aproveitar a experiência de vidas anteriores se não tenho lembrança do passado?

Allan Kardec destaca em O que é o espiritismo que para se compreender algumas questões, como a do esquecimento do passado, é preciso que se tenha entendimento de pontos que se encadeiam na lógica da doutrina dos espíritos. 

Explica que é a nossa inferioridade que não permite que isso aconteça, pois nos seria prejudicial. Ele lembra que em mundos superiores, onde o bem reina absoluto, a lembrança do passado não é dolorosa e por isso seus habitantes recordam os sucessos das existências precedentes, como nós as do dia anterior.

O codificador destaca que, em nossa atual condição evolutiva, embora o espírito não tenha a lembrança do passado, ele nada perde do que adquiriu em existências anteriores. Seria como um aluno: Pouco lhe importa recordar onde, como e com que professores cursou o quarto ano, se ao ingressar no quinto souber o que aprendeu no quarto. “Que lhe importa se foi castigado por sua preguiça ou por insubordinação, se tais castigos o tornaram estudioso e dócil?”, assinala Kardec.

Allan Kardec explica que essas memórias permanecem no Espírito, enquanto ser imortal. Ao reencarnar o homem traz intuitivamente, e como ideias inatas, o que adquiriu em cultura e moralidade. Se numa existência evoluiu, se aproveitou as lições da experiência, ao reencarnar será instintivamente melhor. “Seu espírito, enrijecido na escola do sofrimento e do trabalho, terá maior firmeza. Longe de ter de iniciar, possuirá reservas abundantes, nas quais se apoiará para aumentá-las mais e mais”.

Ele lembra que, ao desencarnar, o Espírito recobra a lembrança do passado, quando então poderá medir o caminho percorrido e o que ainda resta percorrer. “O esquecimento temporário é um benefício concedido pela Providência, pois o Espírito adquire a experiência por meio de rudes provas e expiações, cuja lembrança seria demasiadamente penosa, e que viria juntar-se às angústias das tribulações da vida presente”. E deduz também que a lembrança do passado perturbaria as relações sociais e se tornaria um entrave ao progresso.