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A garantia futura da unidade do espiritismo

O que é o Controle Universal dos ensinamentos dos espíritos?
Irene Fujiro, São Bernardo do Campo, SP

Muitos acham que controle universal é ficar ouvindo diversos espíritos. Esse é apenas um item do Controle Universal defendido por Allan Kardec. E é secundário.

Quando Kardec começa a expor o Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos, coloca que o primeiro item a ser observado é de tudo submeter à lógica e à razão. Isso quer dizer que devemos, primeiro, comparar qualquer informação com o conhecimento consolidado.

Ou seja, um espírito escreveu algo sobre alguém ou algum fato? É preciso comparar essa proposta com a lógica, com a razão, com o que já existe registrado e estabelecido sobre o assunto. Se passar nesse primeiro crivo, pode ser verdade. Aí, sim, restará submeter à outra etapa.

Kardec diz ainda que, se for uma verdade nova – sobre o mundo dos espíritos, por exemplo — não conflitando com a lógica, com aquilo que a ciência já apresentou, outros espíritos a revelarão. Pelo critério universal dos ensinamentos, só posso usar a lógica para comprovar uma nova verdade, respeitar a coerência com o já demonstrado e estabelecido.

Se outros espíritos forem trazê-la, é importante, depois, observar ainda se há a concordância na informação entre espíritos diferentes por intermédio de médiuns também diferentes e que não se conheçam. Kardec fez exatamente isso quando se referiu à progressão da alma animal para a alma humana.

Quando começou a discussão, – vamos encontrar isso na Revista Espírita e depois em A gênese – havia duas propostas: a alma animal era uma; a do homem, outra. Não havia um elo entre as duas. Kardec aguardou um tempo.

À medida que vários espíritos superiores foram se manifestando sobre o assunto, a segunda proposta — de que o espírito humano é uma evolução do princípio inteligente do animal — foi ganhando consistência. Por isso que, dez anos depois, em A gênese, Kardec defende essa tese.

Em O livro dos espíritos ele a deixa em aberto. Isso demonstra que, se a verdade é nova e não entra em contradição com a lógica, os espíritos voltam à temática.

Se uma informação, porém, já não satisfez o primeiro critério, da concordância com a lógica, da coerência, da razão e da consistência com o já estabelecido, já se deve colocá-la de lado.

Não será preciso ouvir outros espíritos a respeito, se já contrariou o bom senso na primeira etapa do processo. Não se pode abandonar esse controle.

É difícil, dá trabalho, mas como aprender sem esforço? É o trabalho de ler, estudar, comparar sempre. E a obra de Kardec deve ser a fonte, o ponto de partida.

Fonte: Seminário com Cosme Massi - O mundo dos espíritos, 21/10/2017.

(Publicado no jornal Correio Fraterno, edição 480, mar./abr. 2018)