A questão é: Por que adoecemos?

Neste minucioso estudo, o autor explica que a doença é a consequência de uma luta emocional contínua, entre o querer, o poder e o dever, intensificada pela vida atual, numa sociedade moderna e competitiva que amplia cada vez mais os nossos conflitos interiores.

Saúde e vida traz um revelador estudo sobre o que realmente significa ser saudável ou estar doente. Desperta profundas reflexões que nos levam a repensar sobre o que estamos fazendo pelo nosso bem-estar físico e mental.

O neurocirurgião David Monducci analisa os processos de cura e as armadilhas advindas da falta de conhecimento do homem como ser integral. Desvenda, na relação espírito-corpo, as causas e os tratamentos das doenças, numa abordagem profunda que aponta a influência do desequilíbrio das nossas emoções.

Saúde e vida é um convite à libertação de preconceitos que ainda prendem

o homem à visão limitada da matéria, apesar das conquistas intelectuais, tornando-o impotente diante dos desafios que lhe tocam mais de perto a alma.

Afinal, ele desconhece sua verdadeira natureza, o lado espiritual da vida, que vai lhe trazer um novo paradigma e fazer toda a diferença.

"A cura é um processo que vem de dentro para fora, à medida que o paciente expurga ou se liberta dos seus males. Um sistema médico que pretenda atingir um nível superior de atendimento ao ser humano tem de levar em consideração a dimensão espiritual do homem".

AVALIAÇÃO

Relação entre emoções e doenças — Uma abordagem espiritual

Numa crítica à atual visão de saúde, o neurocirurgião David Vieira Monducci faz uma análise oportuna sobre os prejuízos do materialismo científico, defendendo um sistema médico mais abrangente, que atinja um nível superior de atendimento, levando em consideração a dimensão espiritual do homem.
Numa linguagem simples sobre o funcionamento e a interação espírito-corpo discorre sobre a necessidade de se combinar a medicina materialista e mecanicista com uma medicina metafísica, voltada para a alma, de forma a ser capaz de salvar o Espírito das suas mazelas e das suas imperfeições para que o corpo físico preserve sua saúde. Mas também terá que cuidar do corpo, para que ele seja o instrumento vivo e sadio que sirva à alma na busca do mais elevado objetivo de uma vida.
Explica que a doença, longe de se reduzir apenas ao corpo biológico, é a consequência de uma luta emocional contínua, entre o querer, o poder e o dever. A sociedade moderna, massificante, informatizada e competitiva facilita esse conflito interior, fazendo com que o homem perca as referências dos valores morais que lhe fornecem os parâmetros para o discernimento entre o certo e o errado, entre o bem e o mal.
Antes de cuidar das doenças, é necessário que olhemos para dentro de nós mesmos se quisermos ser pessoas saudáveis. É preciso saber por que adoecemos.
Monducci se serve de uma parábola de Esopo (século VI a.C.), O carvalho e o trigo, para analisar as formas de conduzir a vida, enaltecendo a nossa responsabilidade na cura das doenças. Vale a pena estar consciente de que não há como esperar resultados diferentes se repetimos os mesmos atos, as mesmas ações, se promovemos as mesmas causas.
O espiritismo aparece nessa obra não apenas para ilustrá-la, mas consolidando a ideia de não ser apenas uma ciência experimental, mas também, uma filosofia de cunho moral elevadíssimo, seu grande diferencial em relação às outras ciências. Isso porque as ciências acadêmicas formais não geram consequências morais como produto das suas pesquisas. Já a pesquisa e a experimentação científica do espiritismo tem como seu mais importante produto um conjunto de ilações éticas sem comparação na história das ciências.

Não é objetivo deste trabalho deter-se numa análise das causas e dos descaminhos seguidos pela medicina alopática, mas propor uma teoria para o entendimento das doenças sob a ótica da Doutrina Espírita, com vistas a alcançar uma medicina espiritual. “Acreditamos que, no futuro, a medicina será exercida dentro de um paradigma muito diferente, caracterizado pela primazia do Espírito sobre o corpo”.
Precisamos de um novo sistema médico, porque o modelo atual já dá sinais de ser incapaz e insatisfatório, para atender as necessidades íntimas do homem, um ser complexo e multifacetado que ultrapassa em muito as dimensões do biológico.
A medicina espiritual não é uma nova lente sob a qual observaremos conceitos e ideias antigas. Não se trata de aplicar uma nova camada de tinta sobre paredes velhas. Não é reciclagem, é evolução. As ideias só se transformam de forma lenta e com o tempo. A doutrina espírita poderá fornecer à bioética o trampolim necessário para que possamos tingir paragens mais elevadas, na medida em que ajuda o homem a compreender o bem e o mal, libertando-o da ignorância, do orgulho e do egoísmo.
O espiritismo oferece à medicina um novo paradigma, que lhe permite enxergar muito além do corpo físico. Alargando horizontes, ele permite que os médicos atinjam a essência do ser humano e que, por extensão, possam identificar as verdadeiras causas do seu sofrimento. Cada doença, cada dor, cada sintoma traz uma mensagem. Única e exclusiva para nós e apenas para nós.
 

Eliana Haddad