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O Natal e o símbolo da eternidade

O Natal e o símbolo da eternidade

Doris Gandres

“O amor é o símbolo da eternidade; ele nos faz perder a noção de tempo.” — Anne Louise de Staël

Todos nós, quando em companhia de uma pessoa amada, não nos damos conta do tempo despendido junto a ela. Às vezes até nos surpreendemos quando constatamos que anos e anos se passaram. Dizemos: “Puxa! Já completamos 25 anos de casados!” Ou ainda: “Filho, você já está um homem, credo!”
Com a proximidade das comemorações de Natal, muitos de nós exclamamos: “Céus, o Natal já está chegando!” E a partir daí começa a correria, a preocupação com todos os detalhes que envolvem essa data: as listas disso e daquilo, os itens da ceia, a relação de pessoas a reunir, a presentear, aquelas a quem enviarmos mensagens de Natal, assim por diante.
E então o tempo voa... Nos perdemos em meio a todos esses “quesitos convencionais sociais” e, de repente, percebemos que o Natal já passou, nos deixando esgotados e muitas vezes endividados...
Entretanto, apesar disso tudo, inclusive da euforia consumista de todo tipo, em nosso íntimo, em dado momento, abre-se inevitavelmente uma porta, por onde se escapa um foco de luz intensa que nos envolve inexoravelmente – é esse amor que fulge de toda eternidade e que nos faz perder a noção de tempo. E então nós, cristãos de todas as denominações do mundo ocidental, além de alguns outros espalhados pelo mundo afora, nos lembramos daquele menino, Jesus, lá de Belém, ou de Nazaré, tanto faz; nascido nessa época, ou quem sabe em outra, o que também não importa, porque o que vale é o ele veio vivenciar entre nós: a prática da lei maior e melhor, a lei do amor.
Em O evangelho segundo o espiritismo, o espírito Lázaro nos assegura que “O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência (...). A lei do amor substitui a personalidade pela fusão dos seres e extingue as misérias sociais.”
E é justamente lembrando de Jesus, de seus ensinamentos e de seu exemplo, que compreendemos o que a escritora Anne Louise quis dizer com a frase: “O amor é o símbolo da eternidade”. Ele supera o tempo e a distância; vence obstáculos que sem ele seriam intransponíveis; corrige defeitos, cura dores e sofrimentos onde nada mais pode surtir efeito – essa a lição desse querido irmão, que não podemos esquecer na data que estabelecemos para seu aniversário aqui na Terra.

(Publicado originalmente no jornal Correio Fraterno - edição 448, nov. dez. 2012)