A quarta edição do Congresso Internacional de Saúde e Espiritualidade (Conupes) foi realizada nos dias 26 e 27 de maio, no Trade Hotel, em Juiz de Fora, MG, apresentando temas voltados à discussão sobre a integração da espiritualidade na prática clínica de modo ético e com base em evidências. Através de conferências, palestras, mesas-redondas e minicursos, o evento abarcou um amplo leque de estudos, reunindo pesquisadores e especialistas de 14 estados do Brasil e de outros países.

 Organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Espiritualidade e Saúde (Nupes) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Congresso contou com a participação de quase seiscentos inscritos e reuniu 34 palestrantes. Pesquisadores de áreas diversas também apresentaram pôsteres acadêmicos e receberam mentorias individualizadas para a discussão de projetos de pesquisa ou planejamento de carreira.

Desde sua primeira edição, o Conupes se consolidou como o maior evento do mundo em espiritualidade e saúde. Nesta quarta edição, ampliado internacionalmente, passou também a englobar as áreas de humanidades e ciências sociais aplicadas, como filosofia, sociologia, história, comunicação, artes, literatura e educação. “A meta é apresentar  sempre o que existe de mais recente e relevante em todo o mundo a respeito de estudos que estão sendo conduzidos na área de espiritualidade, com base nas melhores pesquisas e experiências existentes”, avalia o psiquiatra e professor Alexander Moreira-Almeida, diretor do Nupes.

Sobre reunir também as pesquisas sobre espiritualidade na área das ciências humanas o professor e filósofo Humberto Schubert explica que “isso se tornou necessário tendo em vista a paulatina e consistente expansão das pesquisas do Nupes na área de humanas, a começar pela psicologia e história, e hoje englobando praticamente todas as disciplinas”, assinala, como um dos coordenadores do evento.

No congresso deste ano, foram abordados os temas: Ciência da vida após a morte; Pesquisas recentes em experiências espirituais: principais achados e suas implicações; Religião e espiritualidade no enfrentamento do adoecimento e do estresse no curso da vida; Espiritualidade, sociedade e história; Educação, civilização e espiritualidade; Validando sonhos e visões na terminalidade; Arte e espiritualidade; Epistemologia das experiências espirituais; Espiritualidade no final da vida; A espiritualidade na mídia; Aprimorando pesquisa e ensino em espiritualidade; Possibilidade de ciência em espiritualidade.

Mais de trinta professores e especialistas estiveram envolvidos. Entre eles, o médico canadense Christopher Kerr. Autoridade internacional nos estudos sobre cuidados paliativos e o impacto das experiências de fim de vida nesses pacientes e suas famílias, ele está à frente da equipe de pesquisa do Hospice & Palliative Care Buffalo, NY. Ao compreender a natureza dessas experiências e o papel que desempenham no processo de morrer, dr. Kerr e sua equipe estão trabalhando para melhorar a qualidade desses cuidados em todo o mundo.

Também estiveram presentes o professor de filosofia da Universidade de Brasília (UnB), Agnaldo Cuoco Portugal, ex-presidente da Associação Brasileira de Filosofia da Religião (ABFR); do psiquiatra e pesquisador Bruno Paz Mosqueiro, coordenador da Comissão de Estudos em Espiritualidade e Saúde Mental da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e da professora Mary Rute Gomes Esperandio, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), liderança nacional na área da Psicologia da Religião.

Durante o congresso, foi lançado, em tradução para o português, o livro Ciência da vida após a morte (Editora Ampla), de autoria de Alexander Almeida, Marianna Costa e Humberto Coelho, publicado originalmente no ano passado pela editora alemã-britânica Springer Nature, uma das maiores no mundo, no ramo científico.

O Conupes também contou com as apresentações musicais da Orquestra Acadêmica da UFJF e do Coral da UFJF.