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Pesquisa sobre o poder de um talismã

Por Redação

Em 1868, Allan Kardec foi consultado por um senhor que havia comprado uma medalha, em cujas faces estavam gravados vários sinais e caracteres bizarros e dispostos de modo cabalístico.
Tendo interrogado uma médium a respeito dessa medalha, fora-lhe respondido que o objeto tinha o poder especial de atrair os Espíritos e facilitar as evocações. Outro médium dissera-lhe que era uma coisa maléfica, destinada a atrair os demônios; outra, que a medalha possuía uma virtude magnética.
Pouco satisfeito com essas respostas, o senhor apresentou a medalha a Kardec, pedindo sua opinião a respeito. Eis sua resposta:
¬– Os Espíritos são atraídos ou repelidos pelo pensamento, e não pelos objetos materiais, que nenhum poder exercem sobre eles. Em todos os tempos os Espíritos superiores têm condenado o emprego de sinais e de formas cabalísticas, de modo que todo Espírito que lhes atribuir uma virtude qualquer, ou que pretender oferecer talismãs como objeto de magia, por isso mesmo revelará a sua inferioridade. Quando não traduzem pura fantasia, os sinais cabalísticos são símbolos que lembram crenças supersticiosas na virtude de certas coisas, como os números, os planetas e sua concordância com os metais, crenças que foram geradas nos tempos da ignorância. Quem quer que tenha estudado racionalmente a natureza dos Espíritos não poderá admitir que, sobre eles, se exerça a influência de formas convencionais, nem de substâncias misturadas em certas proporções; seria renovar as práticas do caldeirão das feiticeiras, dos gatos negros, das galinhas pretas e de outros sortilégios. (...)Ora, os Espíritos, seja qual for a sua natureza, não necessitam de semelhantes artifícios para se comunicarem; os Espíritos superiores jamais os empregam; os inferiores podem fazê-lo visando fascinar a imaginação das pessoas crédulas que querem manter sob dependência.

Fonte: Revista Espírita – setembro de 1858.

(Artigo original publicado no Jornal Correio Fraterno)