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D. Pedro II: a preciosa joia da Família Real

D. Pedro II era de tamanha sensibilidade que passou pela história muitas vezes sem ser entendido, principalmente pela massa de servidores, dada ao abuso do poder e à soberba.

As consequências da vinda da família real portuguesa ao Brasil, que este ano ganha destaque por completar 200 anos, evidência as características pouco afeitas ao equilíbrio, do casal D. João VI e sua esposa Carlota Joaquina. Tido como indeciso, ele demorou-se por decidir sobre a vinda da corte para cá, na fuga contra o avanço de Napoleão. E de  Carlota Joaquina, a história não fala noutra coisa que não o seu temperamento explosivo e libertino. Porém, é neste ramo familiar que nasce o espírito que ensinaria o verdadeiro amor a uma pátria. Amor também a qualquer ser, independentemente de sua posição social. Espírito convidado diretamente o por Jesus a assegurar o futuro das terras do cruzeiro, D. Pedro II era de tamanha sensibilidade que passou pela história muitas vezes sem ser entendido, principalmente pela massa de servidores, dada ao abuso do poder e também à soberba.

Sua consideração pelos outros  transcendia a tal ponto que, já com idade avançada e em meio a doenças, viajou pelo velho mundo com objetivo de observar a realidade de outros povos, pensando em sua terra querida. Esquecendo-se de sua posição de monarca, contactava pessoas de renome, principalmente na intelectualidade, e procurava de maneira sincera saber de que forma poderia ser-lhes útil.

Ao ser avisada do ato realizado por sua filha, no Brasil, a princesa Isabel, no dia 13 de maio de 1888, que libertaria o país da escravidão, a própria Imperatriz Leopoldina se encarregou de avisar a D. Pedro sobre tal fato, lendo a ele o telegrama que recebera do Brasil.  O Imperador abriu lentamente os olhos embaciados, depois perguntou como que ressuscitado:

– "Não há mais escravos no Brasil?

– Não – respondeu a Imperatriz; a lei foi votada no dia 13; a escravidão está abolida.

– Demos graças a Deus! – disse ele. 

(Artigo original publicado no Jornal Correio Fraterno, edição 421 maio/junho de 2008)