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Revelações através do sonho

Por Eliana Haddad

O senhor Warcollier, engenheiro químico em Paris é quem conta o fato na Revue Scientifique et Morale de fevereiro de 1920:
“A senhora B... pertencia a uma família aristocrática e me foi apresentada por uma pessoa de minha família, a senhora Viroux. Ela tinha perdido um filho durante a guerra, que particularmente amava muito. A senhora B... possuía outros filhos, dentre eles uma filha casada.

Alistado voluntário no início da guerra, seu filho ganhou rapidamente os galões de subtenente, mas foi morto em combate. A mãe teve um sonho no qual viu o local preciso, um planalto da estrada de ferro, onde o corpo de seu filho estava morto. Graças a esse sonho, ela encontrou os despojos do rapaz e os enterrou no cemitério da aldeia vizinha. 

Alguns meses depois teve um outro sonho e viu seu filho, que lhe dizia: ‘Mamãe, não chores, vou voltar, não para ti, mas para minha irmã’. Ela não compreendeu o sentido daquelas palavras; mas sua filha teve um sonho semelhante, no qual via seu irmão novamente criança, brincando em seu próprio quarto. 

Nem uma nem outra pensava ou acreditava em reencarnação. A filha da senhora B..., que nunca tivera filhos, se desolava a esse respeito. Mas logo depois ela ficou grávida.
Na noite que precedeu o nascimento, a senhora B... reviu seu filho em sonho. Ele lhe falava uma vez mais de seu retorno e lhe mostrou um bebê recém-nascido que tinha os cabelos negros, que ela reconheceu perfeitamente quando o recebeu em seus braços algumas horas mais tarde. 

A senhora B... se convenceu, diante de inúmeros detalhes psicológicos e por traços curiosos de caráter, que aquela criança era realmente seu filho reencarnado. Ela afirma que antes não era reencarnacionista; era católica de nascimento e, por sua vez, totalmente simpatizante do clero. Confessou que era absolutamente céptica, talvez até um pouco ateia, e que nunca tinha frequentado nem os espíritas nem os teósofos.” 

Do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis.