Provas da sobrevivência de Ruperto
Por Léon Denis
Walter Wynn, que goza de certo renome como pastor na Inglaterra, publicou um pequeno livro em que relata toda uma série de fenômenos comprobatórios da sobrevivência de seu filho Ruperto. Este jovem manifestou-se de diferentes maneiras, por vários médiuns que nem o conheciam em condições notáveis de autenticidade.
Em sua obra, Ruperto vive, o pastor conta que numa noite do ano de 1918 subiu num trem na estação de Marylebone, um bairro de Londres, para ir a Chesham. Lá encontravam-se sentadas duas senhoras. Quando o trem se aproximava de Harrow, ouviu que uma das senhoras dizia a sua acompanhante:
“— Permita-me: sou espírita e médium; suponho que a senhora não terá medo, mas sua mãe está sentada ao seu lado. Disse-me que passou para o Além recentemente, e me roga que lhe transmita algo.
Não esquecerei nunca a expressão da senhora a quem se dirigiam estas palavras inquietantes. Ficou pálida. Sem dúvida despertaram-lhe todos os seus preconceitos religiosos e, com uma disposição de espírito anticientífica, murmurou:
— Mas eu não creio no espiritismo. Por outra parte, eu não a conheço e a senhora não conhece a mim. Como sabe a senhora que minha mãe morreu?
— Ela mesma me disse, respondeu a outra. Está sentada a seu lado, e me disse que a senhora se chama Gracia.
Voltando-se para mim, a médium disse:
— Creio conhecê-lo. O senhor é Mr. Wynn, de Chesham. Seu filho Ruperto veio outra noite a uma de minhas reuniões e me rogou que lhe pedisse para ter uma sessão com meu marido e comigo, em sua biblioteca e que permitisse a meu marido fotografá-lo.
A senhora me falava tão tranquilamente e de um modo tão natural como se me estivesse oferecendo uma taça de chocolate.
— Senhora, disse-lhe, tanto minha senhora quanto eu teremos muito gosto em recebê-la.
A senhora Rice veio a Chesham com seu marido. Sentamo-nos em minha biblioteca. Eu não lhe havia dito nada de Ruperto.
Fazia só alguns minutos que se havia sentado, quando se manifestou Mr. W.T. Stead. Era o aspecto, os trejeitos, a voz do grande periodista, e me deu provas de identidade incontestáveis.
Depois veio Ruperto, falando com seu tom familiar habitual. Respondendo às minhas perguntas, me mostrou o lugar da casa onde dormia, a gaveta onde colocava suas cartas. Falou da gata que uma vez trouxe do campo, pequenina, suja e meio morta, dizendo o nome, a cor do pelo, e nos deu uma porção de detalhes de nossa vida íntima, que a médium não podia conhecer.
Depois, obtivemos a fotografia de Ruperto, que os peritos fotógrafos afirmaram ser impossível, com todos os seus recursos, obter um resultado semelhante."
Como conclusão, o pastor Wynn declara: "Antes eu cria na sobrevivência pelo ato de fé. Hoje, creio nela porque sei que é certa.”
Fonte: Espíritos e médiuns, Léon Denis, ed. Celd.