A força para superar o câncer
Por Juliana Guedes Marchini Torquato
Meu mês de novembro e dezembro de 2018 foram marcados por grandes emoções.
Descobrimos (eu e minha mastologista Grasiela Cardoso) um câncer no mamilo. Mais conhecido como Doença de Paget, um tipo raro de câncer de mama. No início, a doença pode ser confundida com uma alergia, pois começa com uma vermelhidão e descamação que geralmente provocam ardência ou coceira.
O ALERTA é que essa doença não foi detectável na mamografia e ressonância magnética. Somente a biópsia é capaz de detectar.
No dia em que tive o diagnóstico, cheguei em casa e chorei feito um bebê mais de meia hora debaixo do chuveiro. No dia seguinte eu estava fortalecida, de verdade. Com uma esperança de que meu caso era fichinha perto de muitas mulheres que tem um câncer invasivo e agressivo. Tenho certeza de que fui amparada na minha noite de sono!
Não chamei de ‘câncer’ e sim de uma doença, como uma gripe, sabe? Eu iria sim me curar!
Já comecei a me sentir diferente aí. Um dia parei para tomar café no meio do caminho, indo trabalhar, sendo que eu sempre tomava lá perto. Passei a olhar o tempo que passo com minha filha diferente. O apoio do meu marido Edson Torquato foi imprescindível!
O outro baque foi saber pelo cirurgião plástico que eu teria que passar por 2 ou 3 cirurgias, a primeira para colocar o expansor mamário, e na segunda, a prótese definitiva com a reconstrução do mamilo. A terceira para dar simetria a mama, caso fosse necessário. Chorei mais uma vez embaixo do chuveiro, e mais uma vez, acordei me sentindo fortalecida e agradecendo a Deus, por ter um plano de saúde que me permitiria passar por esses procedimentos.
Dia 14 de dezembro passei por uma mastectomia preventiva bilateral e a retirada do mamilo esquerdo. Pedi muito a Deus para sair viva de uma cirurgia de seis horas.
Dor? Suportável. Só tomava a medicação no hospital, em casa nem abri a caixa de Tylex.
Cicatriz? Não estou nem me importando com isso, como diz uma amiga minha muito especial Adriana Carla, cicatriz é sinal de troféu! Mesmo porque a biópsia que foi feita nas glândulas e no linfonodo da axila esquerda deu negativa! Deus me livrou de um câncer invasivo e que precisasse de um tratamento mais agressivo.
Sou grata a Ele todos os dias quando acordo, porque alguns dias foram difíceis sim, não pela "perda", mas porque a sua vida está te preparando mudanças, o que causa um alvoroço e a cabeça fica a mil!
Serviu e está servindo como uma grande lição:
Cuidado com o que você pede ou projeta no universo;
Valorize o corpo que Deus te deu;
Lide de forma diferente com as adversidades que fazem parte da minha vida’ pois as mágoas e tristezas somatizam em doença na alma e no corpo;
Seja mais paciente e resiliente;
Aproveite a crise para fortalecer a sua fé;
Observe quem realmente se importa com você;
Agradeça sempre!
Ah! Fique atenta: Qualquer mudança em nosso corpo não é normal; é ele dando um alerta de que algo não vai bem.
Obrigada a Deus e ao mestre Jesus, a minha médica e ao cirurgião plástico Maurício Lorena, ao meu marido, minha filha, meus pais e família, amigos que souberam e torceram por mim! Alguns a gente nem imaginava que se preocupariam tanto.
Bora lá para o ano de 2020 cheio de saúde!